A Síndrome de Tourette (ST) é uma síndrome neuropsiquiátrica que integra o espectro dos transtornos de tiques. Tiques são vocalizações ou movimentos involuntários, rápidos, não-rítmicos, repetitivos e estereotipados. Partindo deste pressuposto escolhemos o filme “O Primeiro da Classe”, para melhor compreender como ocorre essa síndrome, e como Brad reagiu aos preconceitos encontrados na sociedade. Este artigo tem por objetivo analisar os fatores interligando os conteúdos pesquisados sobre a Tourette com os autores Loureiro (2012), Jankovic (2001) e Metz (2007) e com relação ao filme destacando os planos e sequência mais marcantes do mesmo. Nesta situação o filme supracitado traz uma história biográfica de Brad Cohen que desde os seus sete anos de idade sofre rejeições, tanto das instituições de ensino que estudou, quanto pelo seu pai. Na maior parte das vezes, o preconceito é resultado de falta de informação, desconhecimento, ignorância. De fato, algumas pessoas buscam algum tipo de segurança quando escolhem encapsular a diferença de alguém em algum tipo de rótulo. Essas rejeições se davam porque Brad fazer "barulhos", e as pessoas não entendiam, achava que era uma brincadeira de mau gosto e o desprezavam e o castigavam por isso. Brad nunca foi vítima da sua deficiência. Graças ao apoio de sua mãe, e de sua própria perseverança lutou contra a exclusão social, pois diante de inúmeras situações difíceis no decorrer de sua vida, não desistiu, vencendo a Tourette. Do contrário, usou a síndrome para criar, desde muito cedo uma filosofia de vida, dedicando a maior parte do seu tempo perseguindo um ideal e em realizar o sonho de ser um professor, sonho este realizado através de seu método de ensino, onde ele tem um carisma imenso e uma ligação com os alunos, Brad ganhou o Primeiro Prêmio Professor do Ano da Georgia. Podemos concluir que o filme é uma lição de vida, pois nos alerta sobre o perigo de qualquer tipo de preconceito ou estigma. De fato, o enredo nos chama a atenção sobre o quanto as reações sociais às diferenças podem provocar o agravamento de “doenças”, e, em alguns casos, até resultando em distúrbios até então inexistentes. A obra é um presente que nos conduz a discussões e reflexões importantes sobre relações familiares, afetivas, sociais, professor/aluno, diferenças e preconceitos.