A descrição linguística nos veios fonéticos, semântico-lexicais e morfossintáticos é essencial para que se tenha um retrato fiel da língua portuguesa falada e escrita no Brasil. Quando são estudados os falares regionais, especialmente nos estados nordestinos, e concernente às discussões sobre Dialetologia e Sociolinguística, brota sempre a tese que busca refletir sobre o tipo de variação encontrada, se essa variação é regional, dialetal ou se ocorre por interferência de elementos sociais. Este trabalho, então, versa sobre a variação linguística de natureza regional e sociocultural em Pernambuco e como ela se relaciona com o ensino de língua materna. Por isso, propõe-se uma reflexão sobre os conceitos básicos das variações regional e social, a partir de Chambers & Trudgill (1992) e Labov (1972) e a aplicação dessas variações no Ensino de Língua Portuguesa (AGUILERA et al, 2004; CARDOSO & MOTA, 2006), com a exemplificação de ocorrências registradas numa pesquisa a moradores da zona urbana de vinte municípios pernambucanos distribuídos entre os quatro cantos do Estado e escolhidos para a organização do corpus do seu Atlas Linguístico, segundo a metodologia predisposta para esse fim, que delimita informantes com escolaridade mínima. Os alunos de ensino fundamental das séries iniciais que participaram da pesquisa para a organização do corpus contribuíram para o registro de ocorrências fonéticas bastante comuns no Estado, a exemplo da abertura das vogais /e/ e /o/ e do alçamento das vogais /e/ e /o/, o que permitirá ao professor a busca por explicações de tais fenômenos à luz das teorias mais recentes.