A dificuldade de aprendizagem no Brasil tornou-se um dos grandes problemas enfrentados na Educação, e em especial na rede pública de ensino. Sendo uma das causas atribuídas ao abandono escolar, da não alfabetização, das queixas dos professores à falta de interesse e concentração dos alunos, violência e indisciplina bem como do fracasso escolar. Com o decorrer dos anos, parece, que o estudo das dificuldades de aprendizagem passou de um ponto de vista puramente moral a um ponto de vista médico-patológico e, por fim, a um ponto de vista sociológico. Contudo, não existe, também, uma causa especifica para a problemática, assim o termo dificuldade de aprendizagem refere-se a uma gama de problemas que podem afetar qualquer área do desempenho escolar. Raramente, elas podem ser atribuídas a uma única causa. Desse modo, surgiu a necessidade de investigar o olhar do professor frente ao aluno com dificuldade de aprendizagem, visto que o professor, na maioria das vezes, é a fonte primária para um possível diagnóstico e a escola o ambiente em que essas relações acontecem. Considerando que, a aprendizagem ocorre numa relação bilateral e como tal o professor desempenha um grande papel na construção do educando sendo para este, um instrumento de intervenção que possibilitará ao aluno, com dificuldades de aprendizagem, criar estratégias de enfretamento destas. A pesquisa teve como objetivo analisar as percepções que os professores do Ensino Fundamental Anos Finais, da rede pública de ensino, têm dos alunos com dificuldades de aprendizagem. A pesquisa foi de natureza explanatória descritiva, com abordagem qualitativa, a mesma foi realizada em escolas da rede pública de ensino. Para a coleta de dados foi utilizada uma entrevista semi-estruturada, coletada através de celular. Após a coleta dos dados, as entrevistas foram transcritas e analisadas de acordo com a análise de conteúdo de Bardin (1977). A partir da análise dos dados, pode-se concluir que os profissionais percebem esses alunos como sendo eles os responsáveis pelo seu fracasso no processo de ensino-aprendizagem onde, o professor não se vê inserido como co-autor nesse processo, como instrumento de superação para essa dificuldade. Além disso, visualiza o aluno apenas nas suas limitações negligenciando suas possibilidades.