O ensino de acústica tem se caracterizado por um modo bancário que pouco contribui para a formação de cidadãos capazes de entender e atuar na melhoria das paisagens sonoras dos ambientes nos quais convivem. Igualmente distante do mundo da cultura sonora e musical, da tecnologia de áudio e do ambiente acústico, em nada se alinha com o esforço crescente de sensibilização da escuta e da educação sonora, protagonizado pelo educador canadense Raymond Schafer. No intuito de trazer elementos para a reflexão em torno de como a física pode constituir-se enquanto linguagem a concorrer para a educação sonora, desenvolvemos, num modo dialógico problematizador freireano, uma ação de pesquisa e ensino com licenciandos em física da UNESP de Ilha Solteira/SP que apontou para a viabilidade da formação de consciências que se coloquem a serviço da melhoria dos ambientes acústicos, na modificação das paisagens nas quais vivemos e que somos corresponsáveis.