O Projeto Terapêutico Singular (PTS) representa um conjunto de propostas terapêuticas articuladas por uma equipe multiprofissional para um sujeito individual ou coletivo, a partir de suas singularidades e considerando suas necessidades e o contexto social em que está inserido. Desta maneira, este trabalho tem como objetivo compreender o PTS como estratégia do cuidado, baseando-se em revisão de literatura. As buscas foram realizadas utilizando as terminologias cadastradas a partir dos Descritores em Ciências da Saúde: atenção à saúde, assistência integral à saúde, programa de atendimento integral à saúde, equipe de assistência ao paciente e que correspondessem aos temas: projeto terapêutico singular e equipe multiprofissional.
Foram incluídos artigos em português, disponíveis na íntegra nas bases de dados do SciELO e Bireme, a partir das fontes Medline e LILACS. A construção do PTS é um processo que articula usuários, famílias, profissionais da equipe de saúde na determinação das prioridades, necessidades e possibilidades de ações que contribuam para a efetividade do cuidado. E todos, neste processo, são agentes autônomos e protagonistas na construção e manutenção contínua e sustentável do PTS. Para a Política de Humanização do Sistema Único de Saúde, devemos ressaltar quatro momentos importantes, são eles: o Diagnóstico; a Definição de metas; a Divisão de responsabilidades e a Reavaliação. No primeiro momento, realiza-se uma avaliação biopsicossocial, com o intuito de definir o momento e a situação vivenciada pelo sujeito. Em seguida, é preciso traçar metas, definindo juntamente com o usuário o tempo necessário para que essas sejam cumpridas. O terceiro momento corresponde à divisão de responsabilidades entre os profissionais. Posteriormente, é necessário negociar propostas, considerando as diferenças e peculiaridades do sujeito. Num último momento, deve-se fazer uma reavaliação refletindo sobre o andamento do trabalho, evoluções e novas propostas. Sendo assim, o projeto terapêutico deve ser um instrumento que responda as demandas objetivas e subjetivas de um usuário, objetivando a produção de sua autonomia pessoal e apropriação de seu processo de cuidado.