INTRODUÇÃO: O envelhecimento populacional torna maior a prevalência de doenças crônicas. A multimorbidade contribui para o surgimento de polifarmácia. O uso simultâneo de um maior número de agentes terapêuticos aumenta a possibilidade de efeitos adversos, interações droga-droga e uso de medicamentos potencialmente inapropriados. Interações medicamentosas podem contribuir significativamente à incidência de reações adversas a drogas, as quais responsáveis por até 5% das admissões hospitalares. METODOLOGIA: O estudo foi uma coorte retrospectiva, com coleta de dados através de prontuário eletrônico de 183 pacientes maiores de 60 anos, internados e acompanhados pela equipe de Geriatria do Hospital entre janeiro e junho de 2012. Utilizou-se o programa Medscape versão 4.4 para verificar presença de interações medicamentosas nas prescrições domiciliares e determinar quantidade e relevância das mesmas segundo a ferramenta (graves, significativas e menores). Análise estatística foi usada para buscar associações com variáveis como gênero, idade, dependência funcional, comorbidades, avaliação nutricional, número de drogas, uso de medicamentos inapropriados (segundo critérios de Beers), tempo de internamento e mortalidade intra-hospitalar. RESULTADOS: Polifarmácia foi encontrada em 65% das prescrições e o uso de medicamento considerado inapropriado em 59%. A prevalência de interações medicamentosas foi de 73%, com quase 20% das prescrições contendo as classificadas como graves. Amiodarona esteve envolvida em 25% das casos graves e ácido acetilsalicílico em 27,3% das significativas. Variáveis que se correlacionaram positivamente com o número de interações droga-droga foram doença cardiovascular, depressão, dependência funcional, número de drogas e medicamentos inapropriados. CONCLUSÃO: Polifarmácia e o uso de medicamento potencialmente inapropriado foi frequente. A prevalência de interações droga-droga nas prescrições foi alta e esteve associada a comorbidades, dependência funcional, número de drogas e medicamentos inapropriados. Tornam-se necessárias estratégias para diminuir fatores de risco para eventos adversos a drogas na população idosa.