O elevado número de ocorrências de interações medicamentosas é apontado por diversos estudos, evidenciando a importância de avaliar cuidadosamente a farmacoterapia quanto a possíveis reações adversas, para que sejam evitadas. Este trabalho teve como objetivo identificar as principais características de idosos institucionalizados e avaliar as interações medicamentosas potenciais. Trata-se de estudo observacional, descritivo, transversal e retrospectivo, baseado em coleta de dados secundários a partir de prontuários e prescrições médicas de idosos institucionalizados. Os sujeitos do estudo foram idosos residentes em uma Instituição de Longa Permanência para Idosos no município de Boa Vista-RR, no período de janeiro a maio de 2015, obedecendo aos seguintes critérios de inclusão: possuir idade igual ou superior a 60 anos e residir na instituição por um ano ou mais. As interações medicamentosas potenciais foram identificadas a partir de uma base de dados informatizada, sendo consideradas as interações com o fármaco amitriptilina. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição proponente (protocolo: 30914414.4.0000.5302) de acordo com a Resolução CNS nº 466/2012. A maioria da população do estudo é do sexo masculino (85,7%), possui em média 80 anos de idade, 6,7 anos de institucionalização, 3 doenças diagnosticadas e utilizam 10,2 medicamentos. Aproximadamente 93% dos idosos residentes utilizaram cinco medicamentos ou mais no período do estudo, caracterizando a existência de polifarmácia. Após a análise das prescrições e prontuários dos idosos residentes, foram selecionadas as prescrições de idosos que continham amitriptilina, sendo possível identificar grande número de interações, principalmente do tipo moderada. A correlação entre o número de medicamentos e a gravidade da interação também foi observada. A principal interação encontrada foi entre os fármacos amitripitilina e paroxetina, classificada como grave e ocorrendo em 75% das prescrições analisadas. Diante desses resultados, observa-se a necessidade de avaliar criteriosamente os medicamentos que serão prescritos, dispensados e administrados a indivíduos submetidos à polifarmácia, especialmente a população idosa.