O processo de envelhecimento humano é um fenômeno heterogêneo e para melhor compreendê-lo torna–se necessário conhecer as especificidades da pessoa idosa, considerando a classe social, o gênero e a etnia do idoso/a. Nas últimas décadas houve um crescimento sistemático do número de mulheres idosas no país, confirmando o processo de feminização da velhice. Apesar de viverem mais, as mulheres idosas não desfrutam de boa qualidade de vida. A vulnerabilidade potencializada que a mulher idosa vivencia se expressa na maioria das vezes na violência doméstica, a qual não se restringe a qualquer caráter, estando vinculada à história familiar, ao contexto social de desemprego, ao uso de drogas ilícitas e álcool, ao consumismo e a sobrecarga de trabalho imposta às famílias no cuidado de seus membros dependentes, o que acaba por resultar em violência doméstica. O objetivo deste estudo é discutir a violência doméstica contra a mulher na velhice. Esta temática ainda que pouco discutida no cenário acadêmico e político, é extremamente importante por se tratar de uma violação dos direitos humanos. Demonstraremos neste trabalho, pesquisas que evidenciam que o maior percentual de idosos em situação de violência intrafamiliar é de mulheres. Nesta perspectiva, o Estado e a sociedade civil têm papel fundamental e um grande desafio a desempenhar, no sentido de gerar discussões acerca da perspectiva de gênero e velhice de maneira articulada e traçar estratégias de enfrentamento a violência contra a mulher idosa, percebendo as múltiplas necessidades experimentadas por este segmento da população.