OBJETIVO: Investigar a adesão dos idosos ao tratamento medicamentoso da hipertensão arterial. METODOLOGIA: Trata-se de um descritivo, transversal de abordagem quantitativa. A pesquisa foi realizada em um Centro de Saúde da Regional de Ceilândia/Brasília-DF Brasil. Os instrumentos utilizados foram três: o primeiro caracterizou o perfil socioeconômico, demográfico; o segundo instrumento foi o Teste de Morisky-Green (TMG); e o terceiro instrumento, o Brief Medication Questionaire (BMQ). Os dados foram analisados pelo SPSS. RESULTADOS: Foi avaliado 38 hipertensos, a maioria 63% dos hipertensos idosos avaliados pelo TMG aderiu ao tratamento. Já na avaliação pelo BMQ mais da metade dos indivíduos estudados 56% apresentaram provável baixa adesão ao tratamento medicamentoso, 26% provável aderente e 18% baixa adesão. Ainda na aplicação do teste TMG identificou-se que a maioria 66,7% dos pacientes era sexo feminino e 54,5% masculino aderem ao tratamento de forma moderada. Por sua vez, através a aplicação do BMQ percebe-se que a maioria (45,5%) dos homens provavelmente adere ao tratamento medicamentoso enquanto a maioria das mulheres (63,0%) apresenta provável baixa adesão. Com o TMG descobriu-se que 62,5% dos sedentários apresentaram baixa adesão ao tratamento e com o BMQ 43,8% apresentam provável baixa adesão. Os pacientes que praticam atividades físicas tiveram o mesmo comportamento, em que a maioria dos indivíduos (63,6%) adere ao tratamento de forma moderada e possui provável baixa adesão de acordo com o TMG e o BMQ, respectivamente. No que diz respeito ao padrão de sono, a maior concentração da amostra (68,4%) referiu ter insônia. Ao se relacionar o padrão de sono com os resultados do TMG e BMQ concluiu-se que a maioria destes pacientes (73,1%) adere moderadamente ao tratamento e 57,7% apresenta provável baixa adesão. A forma de lazer mais referida foi a TV (52,6%), e destes 65,0% aderem ao tratamento de maneira moderada segundo o TMG e 50,0% apresenta baixa adesão ao tratamento. A distribuição dos pacientes quanto aos domínios do BMQ, a maioria dos pacientes da amostra indicou potencial para não adesão ao tratamento (77,3%), potencial rastreamento positivo para barreiras de recordação (89,5%) e apenas 28,9% dos pacientes indicaram escore positivo para barreiras de crença. CONCLUSÃO: A maioria dos pacientes hipertensos analisados adere de forma moderada ao tratamento de acordo com o TMG e apresenta provável baixa adesão quando avaliados pelo BMQ. Destaca-se entre os fatores o nível de escolaridade, pois os analfabetos apresentaram baixa adesão quando comparados com pessoas com nível de escolaridade mais elevado. Dessa forma, promover a adesão ao tratamento ainda constituem um desafio para as equipes de saúde, logo conhecer as características envolvidas nesse processo possibilita o desenvolvimento de intervenções com o objetivo de diminuir a não adesão.