O envelhecimento da população é considerado como um fenômeno mundial e configura um dos maiores desafios da saúde pública contemporânea. A maior prevalência de enfermidades crônico-degenerativas nos idosos culmina, no que diz respeito ao tratamento farmacológico, na prática da polifarmácia, a qual impacta na segurança e qualidade de vida dessas pessoas. Visa-se definir a aplicabilidade dos critérios de Beers-Fick para determinar a prevalência de fármacos potencialmente inapropriados para idosos residentes na cidade de Cuité. Foram visitados e entrevistados 28 idosos entre a faixa étaria 60-74 anos 8 indivíduos utilizaram MPI. A maioria das idosas entrevistadas utilizou ao menos um medicamento considerado MPI. Nota-se que quanto maior o número de medicamentos utilizados pelo idoso maior a probabilidade do uso de MPIs. A prevalência do uso de MPI sendo o mais utilizado a Aspirina (55,5%) seguida de espironolactona (27,8%) e insulina (22,2%). Os dados analisados nesta população, mostraram uma elevada prevalência no uso de MPIs (61,7%) com predomínio do sexo feminino. A faixa etária está diretamente relacionado com a quantidade de medicamentos potencialmente inapropriados, havendo maior uso entre os idosos acima de 75 anos. Diante da variável social percebeu-se que a prevalência do uso de MPIs nos indivíduos não alfabetizados foi menor, possivelmente pela resistência ao tratamento farmacológico, optando pelo uso de chás como alternativas terapêuticas. Geralmente os idosos utilizam vários medicamentos, caracterizando a polifarmácia. Ao analisar quais os MPIs mais utilizados, constatou-se que os de maior frequência foram medicamentos que atuam no sistema cardiovascular, que é condizente com os principais problemas de saúde que afligem a população idosa, como hipertensão arterial, insuficiência cardíaca e outros problemas cardiovasculares.Os resultados obtidos neste trabalho podem ser úteis no desenvolvimento de intervenções médico-farmacológicas no município de Cuité/PB, tendo em vista que boa parte do uso de MPIs podem ser evitados, visando reduzir o uso desnecessário e possíveis riscos desencadeados por estes.