O fenômeno do envelhecimento no Brasil, assim como em outros países subdesenvolvidos é um fato. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a população brasileira de idosos passou de 19,6 milhões em 2010, devendo atingir 73,5 milhões em 2060. Este processo de transição demográfica vem acompanhado do processo de transição epidemiológica caracterizado, principalmente pelo aumento das doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs) e, dentre essas doenças, destaca-se o Diabetes Melitus (DM). Segundo as diretrizes 2015 da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) há estimativas de que a população mundial de diabéticos seja da ordem de 382 milhões de pessoas e deverá atingir 471 milhões em 2035. As diretrizes ressaltam a influência da idade na prevalência de DM. Estudo Multicêntrico observou incremento de 2,7% na faixa etária de 30 a 59 anos e 17,4% na faixa de 60 a 69 anos, ou seja, 6,4 vezes maior na população idosa. Neste estudo chama-se a atenção também para a psoríase, que apesar da ausência de estudos sobre sua prevalência no Brasil, acredita-se que 1% da população seja acometida. Se consideradas as particularidades da população idosa e, mais ainda, idosos portadores de doenças crônicas, observa-se a relevância da capacitação dos profissionais de saúde a fim de promover um atendimento integral e integrado aos idosos.O objetivo do estudo foi relatar a experiência no atendimento à dois idosos hospitalizados: o primeiro portador de DM, hipertensão e doença arterial obstrutiva periférica, em pós operatório de amputação distal de membro inferior esquerdo; o segundo portador de psoríase e nódulo pulmonar. Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência desenvolvido no mês de agosto de 2015 a partir das atividades práticas como enfermeira no Programa de Residência Multiprofissional de um hospital universitário no Estado do Rio de Janeiro, na área de saúde do idoso. As atividades permitiram uma análise a respeito da psoríase, do DM e das complicações das doenças, especialmente aquelas que envolvem os pés. Foi possível perceber a relevância do profissional capacitado para o cuidado específico com os pés no sistema de saúde pública ao idoso portador de alterações nos pés e mesmo com maior vulnerabilidade para o desenvolvimento das mesmas decorrentes de doenças crônicas como DM e psoríase. Destaca-se a necessidade de uma abordagem integral da pessoa idosa nas unidades de saúde com implementação de um programa de orientações para o autocuidado aliadas a estratégias que favoreçam o incentivo a mudanças de estilo de vida e adoção de hábitos saudáveis dos pacientes. Nesse sentido, as ações de educação em saúde são indispensáveis tanto na prevenção primária quanto na secundária. Elas podem transformar o indivíduo, mantendo-o bem informado sobre as doenças, incentivando-o a se observar para conhecer seu corpo e ser capaz de reconhecer qualquer alteração que sem intervenção adequada pode ter desfechos graves, interferindo na sua qualidade de vida, e no caso dos idosos, acarreta múltiplas complicações que levam a recorrentes hospitalizações e prejuízo na sua autonomia, capacidade funcional e independência para realização das atividades de vida diária.