Uma das formas do combate ao problema sistêmico do viés de gênero na ciência é a formação de redes colaborativas que acolham e deem visibilidade para o trabalho de mulheres. A ornitologia é a ciência que estuda as aves em seus diversos conceitos e contextos (científico e cultural). Historicamente a ornitologia, assim como outras áreas da biologia, apresenta uma disparidade de gênero muito grande em suas diversas representações, principalmente, quando analisamos o contexto da educação formal, científica e outras áreas informais de atuação. A rede OrnitoMulheres foi criada em 2018, com o objetivo de lutar contra esse viés de gênero; apoiando ornitólogas, educadoras ambientais e observadoras de aves. Atualmente a rede é composta por cerca de 450 integrantes; administrada por uma diretoria coletiva de 15 mulheres (de todas as regiões do Brasil), que representam a diversidade de origem e cultura do país. O objetivo desse trabalho é relatar as principais ações e atividades realizadas pela a rede ao longo desses anos de existência. Desde 2018, a rede participou das seguintes atividades: apresentações orais em congressos nacionais e internacionais, resumos científicos, participação em podcasts, mesas redondas, guiadas em atividades de educação ambiental, mini-cursos, notas mensais em uma coluna de divulgação científica e representação de gênero em atividades educacionais formais e não formais. Esses resultados refletem o potencial da capilaridade de redes de mulheres na ciência; e que temos mulheres ornitólogas e guias de observação de aves atuando em diversas áreas. Em síntese, redes de apoio, como a OrnitoMulheres, promovem a visibilidade, empoderamento e ocupação de espaços de direito; incentivando e promovendo a luta coletiva pela igualdade de condições e do enfrentamento diário aos comportamentos machistas e misóginos.