Esta proposta aborda o tema cultura do desempenho, gestão de si e governamentalidade nos processos formativos. Justificada por um conjunto de princípios provenientes do mercado neoliberal, essa cultura transfere os dispositivos empresariais ao âmbito pedagógico, subordinando os processos formativos a uma nova governamentalidade. Assim, tem-se como objetivo geral investigar o papel desempenhado pela cultura do desempenho no direcionamento da formação na escola contemporânea. Como objetivos específicos: 1. Refletir sobre o conceito de governamentalidade, 2. Refletir sobre a relação estabelecida entre formação escolar e estratégias de governamentalidade, 3. Analisar as consequências da governamentalidade investigando os modos como a escola se associa às artes de governamento, 4. Pensar a concepção de crítica foucaultiana como forma de questionamento, de tensão, de não ser governado dessa forma, diante dos excessos de governamento na escola. Partiu-se dos seguintes questionamentos: por qual motivo inserir a cultura do desempenho nas escolas? O que temos feito de nós mesmos sob as formas de controle da vida? Desse modo, a referida proposta organiza-se em dois momentos. Primeiro, apresentam-se os efeitos da governamentalização na educação escolar a partir de 3 enfoques: a) a associação da educação escolar às artes de governamentalidade, b) o papel do docente na arte de governamento e na negação da diversidade e c) a função dos discursos oficiais (currículos, práticas pedagógicas, metodologias) na manutenção das propostas formativas sob os efeitos da governamentalidade. Segundo, como abordagem analítica, elege-se a concepção de atitude crítica foucaultiana, a qual emerge como referencial teórico capaz de desenvolver em bases diferentes as concepções neoliberais as quais se inserem a Educação na atualidade. Conclui-se que a concepção de crítica foucaultiana traduz-se como elemento de tensão, de questionamento e de reflexão a respeito dos excessos de governamento presentes na formação escolar.