Este texto tem por objetivo refletir a relação entre a formação de professores e as concepções da pedagogia da essência e da pedagogia da existência, partindo dos referenciais teóricos adotados nessa formação. O estudo, de abordagem qualitativa, realiza um ensaio teórico discutindo os conceitos de pedagogia da essência e de pedagogia da existência, à luz dos estudos de Bogdan Suchodolski, bem como as aproximações e implicações das referidas correntes para o segmento da formação docente. Como resultados, destaca-se que o conflito entre a pedagogia da essência e a pedagogia da existência na formação de professores, tomando por base a adoção de referenciais teóricos consonantes com essas concepções, constitui-se como um entrave ao entendimento de um homem histórico, produzido e produtor das relações sociais. As implicações da dicotomia entre as duas correntes são diversas, principalmente, ao se mesclarem teorias e referenciais que dividem-se e ao mesmo tempo justapõem essência e existência, o que é comum na formação docente historicamente, sobretudo, a partir das políticas de formação inicial e continuada. Dessa forma, retoma-se a ideia de uma formação coletiva e transformadora, na qual a reflexão e a criticidade do professor o ajudem a superar, de forma autônoma, a dicotomia entre essência e existência.