A pós modernidade nos lançou num mundo hedonista, onde o ter significa mais do que o ser. Comportamento que caracterizará a Sociedade de Consumo, o desejo constante de saciar os prazeres consumistas e a busca frenética pela felicidade são hoje partes indissociáveis desse novo tempo histórico que busca provocar o desejo de consumir espaços que não condizem com a realidade. Como forma de manter acesa a chama do consumo, o capital lança mão de múltiplas estratégias, sendo os trabalhos imagéticos ou semióticos os mais democráticos e, portanto, eficientes no convencimento da sociedade. Dessa maneira, é nossa proposta estudar o cinema como parte das estratégias do capital na manipulação dos indivíduos para o consumo, mais precisamente o consumo dos lugares exibidos em filmes. Assim, buscaremos explicar como o cinema norte americano, a partir da filmografia da saga X-Men, induz o consumo dos seus lugares, transformando-os em produto, lançando mão dos métodos fenomenológico e semiótico. O Cinema impõe ao espectador um ponto de vista, um fragmento do real oriundo da escolha do enquadramento do recorte espaço-temporal ou do arranjo dos objetos sobre esse espaço-tempo, tirando-lhe a autonomia da escolha, deixando-lhe o simples papel de receptor do que a película construiu enquanto nova realidade. Assim, almejamos comprovar que, a partir das escolhas de planos, das edições e de supervalorização e superexposição de alguns lugares através do cinema, há uma manipulação dos desejos que induz o espectador a ansiar ou consumir determinados lugares.