A Base Nacional Curricular Comum (BNCC) configura-se como um documento com fins normativos. Tal proposta apresenta uma série de conhecimentos, os quais devem, ao longo da educação básica, ser trabalhados de maneira sistematizada. Em contraste com o preconizado pelos Estudos Surdos, há um desencontro entre as deliberações contemporâneas previstas no referido registro e as demandas por parte da comunidade surda. Isso se dá, fundamentalmente, devido a uma ausência de reconhecimento por parte das competências legais – e, por isso, essa necessidade figura como um ponto comum das lutas em torno das políticas linguísticas. Considerando essas circunstâncias, este trabalho objetiva comparar a BNCC com referencial teórico dos Estudos Surdos, com foco especial nas discussões voltadas à escrita de sinais. Para tanto, esta pesquisa inscreve-se como qualitativa de paradigma interpretativista. Em síntese, fazemos uso de materiais de diferentes autores, quais sejam, Perlin (2013), Quadros (2019) e Strobel (2008), com vistas a analisar criticamente o documento em foco. As problematizações levantadas realçam uma evidente discrepância entre as pautas do movimento surdo e a concretização dessas demandas. Mais especificamente no que se refere ao Signwriting, não há quaisquer menções as quais ratifiquem a importância do aprendizado da escrita de sinais. Apesar disso, a BNCC reconhece a relevância de serem trabalhadas diferentes linguagens (verbal, corporal, sonora e digital); e, para além disso, distingue o fato de as atividades humanas estarem imersas nas práticas sociais de que fazem parte.