O objetivo deste artigo é lançar olhares sobre a trajetória dos estudos de gênero no campo da História na temporalidade decorrente do período da Antiguidade à Pós – Modernidade, elencando como durante tanto tempo o gênero feminino esteve fora dos cânones da historiografia em função da produção deste conhecimento basear-se acima de tudo sobre o sexo masculino. Este trabalho é versado teórico metodologicamente por análises bibliográficas referentes aos estudos de gênero descritos na produção historiográfica tecidas sobre a temporalidade supracitada. Para isso foram estabelecidos diálogos com os/as autores/as Albuquerque Jr. (2009), Burke (1992), Nogueira (2004), Pedro (2005), Reis (2004), Louro (2010) e Scott (1995), visando compreender como a historiografia se teceu mediante os desígnios dos valores constituídos pela distinção biológica dos sexos impregnadas na cultura histórica política e “oficial”. Esta proposta de estudo surgiu como inquietação a partir de pesquisas realizadas para o trabalho de conclusão do curso de História, ao qual fora revisitada uma série de produções teóricas concernentes as discursões de gênero com enfoque principal sobre as mulheres na História, que nos revelou o quanto esta temática era lacunar nos períodos que antecederam à Pós-modernidade, caracterizados pela produção de uma história oficial, na qual as mulheres pouco apareciam, notando-se que o aumento destas obras relacionadas á temática das mulheres só veio à ocorrer com os movimentos feministas, que por sua vez, em suas lutas acabaram apropriando-se da palavra gênero para se referenciar as relações entre homens e mulheres impulsionando assim pesquisas e trabalhos sobre estas personagens ocultadas pela História.