A homofobia, e suas diversas faces, compreende as formas de preconceito e aversão à homossexuais, o chamado grupo LGBTT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais,), é uma das mais fortes formas de preconceito no Brasil, causando traumas muitas vezes irreparáveis àqueles que tentam assumir sua identidade gay. É o que é relatado em A queda para o alto, obra narrada em primeira pessoa pelo próprio autor, Herzer. O texto deixa de ser ficcional quando além de seus poemas, ele começa a fazer o seu relato autobiográfico. A partir desse momento, o que se observa é a história de uma jovem que nasce com o nome de Sandra, mas se descobre Anderson e procura fazer com que a sociedade o respeite como ele é. Porém, os obstáculos só tendem a crescer no que se chama “sociedade heterossexual”, que tenta desconstruir a identidade de Herzer. São essas, e outras práticas discriminativas que vão levar o jovem a criar um trauma da sociedade e principalmente da FEBEM, na qual é internado aos 14 anos permanecendo até os 17 anos, em decorrência de sua conturbada relação com a família. Herzer descreve a itensidade de suas paixões e a sua luta contra a homofobia. Dessa forma, a obra é um importante elemento no âmbito dos estudos literários com relação à postura assumida pela sociedade frente à homossexualidade/travestismo, e do quanto os diretos humanos são observados, quando a questão é a sexualidade dos cidadãos, dentro de unidades de detenção para menores infratores.