Frente a discussão acerca do conhecimento científico no ensino básico, muito se tem falado sobre a falta de contextualização e da pouca atratividade das disciplinas das ciências naturais em sala de aula. Na formação do conhecimento entre aluno e professor, é importante perceber que a ciência não é apenas uma reunião de fatos verdadeiros e inquestionáveis em relação ao mundo, mas que apresenta alegações e teorias sobre o mundo que foram problematizadas e construídas por pessoas. Dessa forma, o diálogo e a apresentação das figuras femininas na ciência não só apresentam o processo histórico da ciência e da sociedade, mas permitem a desconstrução da ciência como sendo individualista e elitista, destacando apenas gênios homens, ignorando o papel da ciência construída a partir de um trabalho coletivo, cooperativo, do qual muitas mulheres fizeram e ainda fazem parte. O presente trabalho objetiva analisar a utilização de ferramentas para desconstrução do fazer ciência no ensino médio, buscando a partir da contextualização acerca da mulher na ciência contribuir para o entendimento das ciências naturais de forma humana e filosófica, trazendo reflexões acerca do impacto e legado que essas cientistas deixaram no percurso histórico da ciência e como elas possibilitaram as futuras gerações um ambiente mais propício para a participação feminina. A partir de aulas interdisciplinares, exposição de filmes, utilização de jogos e apresentação teatral para a comunidade escolar, construímos, com alunos do Ensino Médio na cidade de Campina Grande-PB, concepções acerca da produção científica pelas mulheres, quais desafios foram e são enfrentados nesse processo. Ao fim da pesquisa, podemos perceber o quanto é relevante na formação dos alunos discutir sobre uma sociedade com equidade de acesso a conhecimento científico e formação de pesquisadores, além de promovermos um espaço reflexivo para mudança de atitudes e construção de um espaço justo e igualitário, independente de gênero.