Artigo Anais XI CONAGES

ANAIS de Evento

ISSN: 2177-4781

AS TRAVESTIS, O NÃO USO DO NOME SOCIAL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE E A EDUCAÇÃO POPULAR COMO POSSIBILIDADE DE MUDANÇA.

Palavra-chaves: TRAVESTIS, DISCRIMINAÇÃO, CONHECIMENTO Comunicação Oral (CO) / Oral Papers Submission Gênero, Sexualidades e Educação
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Publicado em 03 de junho de 2015

Resumo

Dentre os desviantes de um ideal heteronormativo, as travestis são as que mais sofrem discriminações. Essas discriminações, muitas vezes, são reproduzidas nos serviços de saúde, o que faz com que muitas travestis só procurem assistência em último caso. Dentre os desviantes de um ideal heteronormativo, as travestis são as que mais sofrem agressões. Devido a estas constatações, foi desenvolvida uma dissertação que se propôs a dialogar sobre a vivência travesti na busca por saúde dentro do contexto da atenção primária em Natal-RN (2013-2014). Neste trabalho, que se constitui em um recorte da referida dissertação, buscamos discutir a discriminação enfrentada pelas travestis devido ao não uso do seu nome social no espaço da atenção primária em saúde e as pistas para a mudança desse cenário. Os sujeitos desta pesquisa foram travestis da cidade de Natal, num total de sete participantes. Utilizamos como instrumento tecno-metodológico a entrevista em profundidade. Para análise interpretativa das narrativas recorremos à Hermenêutica-Dialética. A partir do diálogo com as narrativas vimos que o conhecimento dos próprios direitos se mostra como uma poderosa ferramenta no acesso à saúde das travestis e no enfrentamento das discriminações enfrentadas no dia a dia. Faz-se urgente um trabalho efetivo na formação dos profissionais de saúde para um atendimento digno e igualitário as travestis, bem como um trabalho educativo com a população travesti, para que essas possam se conscientizar dos seus direitos. Nesse sentido, a Educação Popular, por meios de seus princípios libertadores, aliando dialoguicidade, autonomia, e afetividade, mostra-se como estratégia imprescindível para o alcance de um cuidado humanizado à saúde das travestis, capaz de ser inclusivo, digno e integral. Por fim, espera-se que a pesquisa possa contribuir com o campo do conhecimento acerca do saber-fazer na assistência às travestis, dentro e fora da academia.

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