Introdução: É crescente a relevância de estudos relacionados à qualidade de vida em diferentes populações, dentre elas, as populações quilombolas, cuja condição de vida se configura em situações de vulnerabilidades. Assim, o conhecimento das características sociodemográficas e a avaliação da qualidade de vida fornecem informações para subsidiar o planejamento e avaliação das ações das políticas públicas que visam à melhoria da qualidade de vida. O objetivo deste estudo foi avaliar o perfil sociodemográfico e a percepção da qualidade de vida em idosos quilombolas. Metodologia: Tratou-se de um estudo transversal e quantitativo, realizado em uma comunidade remanescente de quilombo, Brasil. A amostra foi composta por 85 domicílios, a seleção foi do tipo probabilístico simples, sendo o critério de inclusão os domicílios cadastrados na Estratégia Saúde da Família e excluídos os indivíduos que não se autodeclararam quilombolas. O instrumento de pesquisa compreendeu um formulário com questões relacionadas às características sociodemográficas e na aplicação do questionário World Health Organization Quality of Life versão abreviada (WHOQOL-Bref) que forneceu um perfil da qualidade de vida. Foi realizada a análise estatística descritiva através do software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS). Resultados: Foi observado um percentual maior de idosos quilombolas na faixa etária de 70-79 anos (48,5%). Identificou que 66,7% é mulheres e 54,5% com estado civil casado ou união estável. O nível de escolaridade predominante foi analfabeto ou com menos de um ano de ensino (84,8%). Em relação à qualidade de vida, 63,6% dos idosos quilombolas declarou “muito boa”. Conclusão: As características sociodemográficas têm semelhança com resultados de outros estudos com quilombolas e que os idosos quilombolas tiveram muito boa percepção da qualidade vida apesar das condições de vulnerabilidade social e de saúde desta comunidade remanescente de quilombo.