É sabido que as perdas de pessoas próximas são geradoras de dor e sofrimento, tendo como consequência o enlutamento dos sujeitos. O luto na velhice pode ter tonalidades diferentes, por incluir fatores que envolvem a própria mortalidade, a natureza dos vínculos perdidos para a morte e o nível de autonomia que essa pessoa em processo de envelhecimento ainda sustenta. Em algumas famílias, as pessoas idosas são superprotegidas e podem chegar a não saber de algumas mortes que acontecem em seu entorno, ou a partir da notícia acabam fazendo uso de psicotrópicos que até então não compunham o cotidiano do idoso, como maneira de abafar os sentidos da dor. Esse trabalho se orienta pela teoria psicanalítica e utiliza autores de referência nas temáticas de luto e sujeitos idosos. Dessa forma, tem como objetivo, refletir sobre a medicalização do luto por perdas de entes queridos e suas implicações na saúde mental do idoso, buscando compreender sobre a necessidade do uso ou não do medicamento diante de uma perda nessa fase da vida. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, de natureza qualitativa exploratória. As bases de dados utilizadas foram a BVS onde foi encontrado 11 trabalhos e LILACS que mostrou 1 trabalho a partir dos descritores “Luto”, “Medicalização”, “Idoso” e “Psicanálise”, sendo selecionados trabalhos em português e inglês, com recorte temporal entre 2019 e 2023. Por fim, os resultados mostram que o luto é uma vivência que não deve sofrer entorpecimento medicamentoso indiscriminado, a considerar esse fenômeno como um momento de reação emocional consequente das perdas e que necessita de adaptação para a nova maneira de caminhar na vida sem a pessoa querida.