O aumento da expectativa de vida e consequentemente a alta demanda de pessoas idosas com doenças crônico-degenerativas reforçam a necessidade de compreender as alterações fisiológicas e as síndromes geriátricas, que aos poucos afetam a capacidade funcional e cognitiva, favorecendo para uma pior qualidade de vida. Uma dessas síndromes é a disfagia, dificuldade na deglutição que promove repercussões graves na população idosa e seus fatores de risco também estão relacionados à idade avançada, fragilidade e multimorbidade. Em muitos casos de disfagia é necessário a alteração da consistência alimentar, uma forma de prevenir episódios de broncoaspiração, que leva as pessoas idosas para internações hospitalares recorrentes, e até ao óbito. A intervenção nutricional e fonoaudiológica é de fundamental importância para adequação da dieta, uma oferta alimentar segura e de melhor aceitabilidade do paciente com disfagia. É importante os profissionais atuarem em parceria, definindo condutas específicas que priorizem o bem-estar e a qualidade de vida. Devido ao aumento de demanda de cuidado, as famílias cada vez mais buscam alternativas de assistência, sendo uma delas as instituições de longa permanência para idosos (ILPI). Esses locais geralmente atuam com equipes multidisciplinares, que suprem o atendimento global da pessoa idosa, oferecendo um ambiente de assistência e segurança. Dessa forma, o presente relato de experiência tem o objetivo de relatar a implementação de dieta pastosa adaptada produzida com bicos de confeiteiro, com o propósito de favorecer uma melhor apresentação e aceitabilidade das refeições para pacientes disfágicos institucionalizados, intervenção realizada por uma nutricionista e uma fonoaudióloga, que atuaram em uma ILPI durante a pandemia de covid – 19. Com a conduta implantada houve melhora significativa na aceitação da dieta pastosa, consequentemente uma melhor qualidade de vida para esses pacientes institucionalizados com disfagia.