O envelhecimento da mão de obra é uma realidade epidemiológica internacional, que associado às constantes mudanças no mundo do trabalho e exposição à riscos ocupacionais podem afetar negativamente a saúde da população madura. Os Anos de Vida Perdidos Ajustados por Incapacidade (DALYs) caracterizam as perdas funcionais diante de uma dada exposição e pode mostrar como uma população se encontra em relação aos estados de saúde. Objetivou-se realizar uma avaliação comparativa Brasil-Mundo de DALYs de causa musculoesquelética na população com idade entre 20 e 54 anos e superior a 55 anos, expostos à riscos ocupacionais. Os dados são do Global Burden of Disease Collaborative Network. Analisou-se a taxa (por 100 mil habitantes) de DALYs decorrente de fatores de riscos ocupacionais entre 2000 e 2019. Os dados foram analisados descritivamente e o Teste de Mann-Whitney avaliou a hipótese da diferença de DALYs. As análises foram feitas no software R Core Team, considerando-se um ??0,05. Os resultados indicaram diferenças estatisticamente significativas do DALY Brasil-Mundo em ambas as populações (p-valor=0,000). No entanto, em análise gráfica observa-se que na população entre 20 e 54 anos há uma gradativa redução dos DALYs na faixa de tempo mencionada a nível mundial, porém, o Brasil não acompanha essa tendência. Na população 55+ essa diferença tendeu a se manter ao longo dos anos mesmo com uma tendência ao envelhecimento da mão de obra. A proporção de variação do DALY brasileiro em comparação ao mundial é distinta para a população 55+ em comparação à população mais jovem (p-valor=0,000). Logo, pode-se concluir que enquanto na população 55+ há pouca variação do DALY em função do tempo, na população mais jovem essa desigualdade entre Brasil e Mundo é mais evidente, e desfavorecida para o Brasil, podendo ser causada por recursos desproporcionais quando comparados a países de primeiro mundo.