Neste artigo apresentaremos os resultados da pesquisa “Ciência e tecnologias a serviço dos direitos das mulheres”, cujo objetivo foi investigar a formação de meninas e mulheres para o ingresso em carreiras de Ciências Exatas e da Terra, Engenharias e Computação, por meio de atividades relacionadas à superação das desigualdades de gênero. A investigação foi conduzida com 69 estudantes do segundo ano do Curso de Formação de Professores, de quatro escolas públicas do município de Duque de Caxias. Adotou um referencial teórico interdisciplinar, com metodologia participativa, do tipo intervenção, com base na abordagem conhecida como CTEAM (Ciências, Tecnologias, Engenharias, Artes e Matemática). Recebeu apoio da Fundação Carlos Chagas de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ), por meio do Edital n. 09/2021. Contou também com a parceria do Fórum Municipal dos Direitos da Mulher. Ao longo da pesquisa foram promovidos três desafios de Ciência e Tecnologia: 1) criação de cards para o enfrentamento da violência contra a mulher; 2) aplicativos para a promoção da saúde da mulher; 3) protótipo com Arduino UNO R3 para a mediação das relações das mulheres com o meio ambiente. Dados foram coletados por meio de dois questionários eletrônicos e quatro grupos focais. Resultados indicam que a intervenção contribuiu para reduzir a aversão das estudantes às carreiras na área de ciência e tecnologia, ampliando a probabilidade de ingressarem futuramente nestes cursos. Concluímos, no entanto, que a redução das desigualdades de gênero nas ciências depende um projeto formativo que ocorra ao longo do ensino médio, como parte da proposta político-pedagógica das escolas públicas.