Muitas vezes, o entendimento do significado da atividade científica é mal compreendida e interpretada como uma atividade chata, entediante e feita por pessoas excessivamente metódicas. Por outro lado, a atividade artística é vista como criativa, alegre, imaginativa e capaz de emocionar as pessoas. Visando quebrar esse paradigma, o Laboratório de Ciência, Arte e Educação do Instituto de Bioquímica Médica da UFRJ (LACAE-IBqM-UFRJ) vem desenvolvendo diferentes projetos na forma de oficinas, cursos ministrados para a graduação e pós-graduação, e atividades de extensão voltadas para o público em geral. Neste trabalho descrevemos a produção e encenação de um espetáculo teatral denominado “Gaia-Pachamama: Uma parábola ambientalista”. Nesta peça, professores e pesquisadores, alunos de graduação e pós-graduação participaram de todo o processo criativo, incluindo: desenvolvimento do roteiro, figurino, cenografia e a apresentação da peça teatral, que incluiu músicas de nossa própria autoria, sendo acompanhadas por uma orquestra. O espetáculo aborda, de forma lúdica e entusiasta, questões ligadas à preservação do meio ambiente, à utilização descontrolada de agrotóxicos, à ganância do homem moderno e à valorização da cultura indígena. Através da apresentação desta peça teatral, pudemos entrelaçar o conhecimento científico, o conhecimento tradicional dos povos originários e trabalhar com a afetividade através das relações dentro do grupo criativo e com o público. Demonstramos que pesquisadores e cientistas também possuem habilidades criativas que podem ser desenvolvidas através da arte. É possível estimular o ensino de ciências utilizando linguagens artísticas inspiradas na arte e, assim, quebrar o estereótipo da divisão entre cientistas e artistas. Essa ruptura abre oportunidades para que jovens possam optar pela carreira científica e atuar como protagonistas para a reformulação de políticas públicas, modelos de popularização e divulgação científica, desenvolvendo novas estratégias para o ensino de ciências.