O texto aborda a instituição escolar enquanto espaço de dominação, de relações de poder e de reprodução da ordem capitalista. Partimos de Comenius [1657] (1997) para mostrar como se desenvolveu a disciplinarização do homem com a invenção da escola. Num segundo momento, a partir das críticas realizadas por Foucault ([1975] (1887), discutimos como esta sociedade disciplinar opera controlando os corpos de seus integrantes. Num terceiro momento, a partir de Gadamer (2001), apresentamos pistas que poderão superar o paradigma da disciplinarização, primando por uma formação com abertura ao “outro”. A metodologia deste trabalho é a análise teórico-conceitual, ensaiando reflexões e hipóteses sobre a temática da formação humana na sua inter-relação da escola com a sociedade mais ampla. Neste sentido, percebe-se a escola, o currículo e os próprios textos didáticos enquanto representações que colaboram na construção de visões e di-visões de mundo que reforçam e reproduzem desigualdades, ao mesmo tempo, abre-se a possibilidade do desenvolvimento de um pensar crítico e da superação da formação de “sujeitos passivos” através da domesticação dos corpos e mentes em direção a educação cidadã com “agentes ativos” da aprendizagem e do mundo que os cercam.