Atualmente, muito se tem discutido sobre a pertinência de estratégias teórico-metodológicas que contribuam para a inserção, no contexto escolar, da diversidade (de textos, de linguagens, de culturas) que perpassa os limites da escola. Diante disso, o presente artigo apresenta uma reflexão acerca do trabalho com a cultura Afro-brasileira, a partir de um viés reflexivo, buscando a (re)construção de valores estéticos e identitários do negro na sociedade atual, bem como no cotidiano dos próprios alunos. Durante a execução do projeto Base Artística e Reflexiva (B.A.R.), fomentado pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) e pela UEPB, e desenvolvido na Escola Estadual de Ensino Fundamental José Pinheiro, buscamos abordar temáticas relevantes, partindo da interação entre arte e língua portuguesa. Desse modo, pautamos o nosso trabalho nas metodologias da pesquisa exploratória, de base qualitativa, configurando-se ainda como uma pesquisa-ação, posto que participamos ativamente do processo de pesquisa. Para tanto, dialogamos com as orientações contidas nos Parâmetros Curriculares Nacionais - PCN (1997; 2001), no que se refere ao ensino de língua portuguesa e à diversidade cultural, além da perspectiva teórica de Marcuschi (2008) e Gomes (2008). Discorre-se sobre os gêneros textuais e o ensino de língua, a estética negra e sua dimensão pejorativa e reducionista, como também acerca da beleza da mulher negra como uma fuga do “padrão”. Com base nos resultados obtidos, verificamos a relevância da valorização cultural no âmbito escolar, de forma a desenvolver nos discentes o seu lado crítico-reflexivo e social. Nessa perspectiva, espera-se que a sala de aula seja um espaço em que o aluno (negro ou não) possa enxergar-se para além da cor da pele.