Este trabalho tem o objetivo de discutir o ensino do Processo de enfermagem (PE) a partir da Pedagogia histórico-crítica (PHC) e é resultado de um estudo bibliográfico de natureza exploratória com abordagem qualitativa. Entendido como um instrumental tecnológico e/ou um modelo metodológico para o cuidado em enfermagem, o PE é considerado um meio que favorece o cuidado, organizando as condições necessárias à práxis dos profissionais da enfermagem em cinco etapas: coleta de dados, diagnóstico de enfermagem, planejamento, implementação e avaliação. Promover o conhecimento e incentivar a prática do PE no exercício profissional é um dos desafios da formação profissional em enfermagem, uma vez que há a percepção de que o campo de trabalho não adota o PE, dificultando aos estudantes visualizar a relação da teoria com a prática. Em decorrência disso, o ensino do PE torna-se um desafio em direção à promoção da unidade entre teoria e prática. Como resposta ao problema, buscamos nos fundamentos da Pedagogia histórico-critica, amparada por uma proposta didática pensada para ela, uma estratégia para pensar o ensino do PE. Segundo esta perspectiva, a prática de ensino deve conduzir os estudantes por quatro fases: problematização, contextualização, o momento analítico-sintético e a síntese. Ao embasar a prática de ensino em uma concepção pedagógica mediada por uma didática, o ensino do PE permite ao estudante construir a compreensão dos pressupostos teóricos a partir da problematização da prática profissional, contextualizando a realidade do exercício profissional a partir da teoria. Esse é o movimento de análise-sintética do PE que torna o estudante capaz de compreendê-lo e aplicá-lo. Essa proposta de ensino, conduz os estudantes na apropriação do PE de modo ativo, realizando um processo de síntese (catarse) que reorganiza os saberes e conhecimentos acessados por diferentes meios em uma práxis profissional cientifica e metodologicamente fundamentada.