O trabalho aborda a prática multidisciplinar de atuação psicopedagógica destacando-se o processo de ensino e aprendizagem na formação do médico. Objetivamos problematizar a prática psicopedagógica no curso de medicina, discutindo as possibilidades e desafios a partir de uma matriz curricular que garante a atuação do psicopedagogo na fase do internato. Cabe ao psicopedago(a) oferecer apoio e retaguarda ao aluno matriculado nas atividades do internato, conforme prevê a Resolução CNE de junho de 2014, no Art. 24º. As atividades práticas do internato têm como base o Currículo EPA (Entrustable Professional Activities / Atividades Profissionais Confiáveis), modelo curricular que contempla competências específicas para a formação médica, envolvendo atividades executáveis e observáveis que são elementos para a avaliação de cada interno. O psicopedagogo (a) busca apoiar o desenvolvimento e o rendimento acadêmico/cognitivo nessas atividades, através de acompanhamento dos alunos em defasagem de aprendizagem, realização de oficinas, reuniões de feedback, visando o rendimento cognitivo dos discentes, incluindo acolhimento em saúde mental, quando necessário. Os desafios enfrentados na psicopedagogia perpassam pela conquista de um espaço de visibilidade e apoio profissional interdisciplinar no curso de medicina, a adesão dos alunos às oficinas e ao atendimento e acolhimento psicopedagógico com cunho em saúde mental. Como base teórica temos Paulo Freire, Vygotsky, Paín entre outros. Busca-se, dessa forma, mostrar que o trabalho psicopedagogico é um dispositivo necessário para a formação do profissional médico, já que cabe a ele manter a sua formação cognitiva e desenvolver habilidades e competências que ultrapassam os seus conhecimentos técnicos-científicos.