A disseminação desenfreada da desinformação/fake news na atualidade, categorias hoje discutidas como pós verdade, gera uma distorção da percepção da realidade e inviabiliza o desenvolvimento do raciocínio geográfico por grande parcela dos alunos da educação básica nas escolas brasileiras. No desenvolvimento da pesquisa os conceitos geográficos com destaque para paisagem, lugar, território, redes e espaço geográfico. Muitos dos debates aqui propostos são ancorados por estudiosos da Geografia como Milton Santos (1994; 2002; 2008), considerando a construção da consciência da época em que vivemos, os desafios estabelecidos pelo meio técnico científico informacional e suas análises sobre os processos dos impactos da Globalização na sociedade moderna; Lana Cavalcanti (2014; 2019) sobre a Geografia escolar, Geografia acadêmica e os desafios para construção do raciocínio geográfico; Helena Callai (2011) no debate sobre uma Geografia fragmentada na escola que impossibilita a compreensão dos problemas do tratamento dos conteúdos geográficos como se o espaço geográfico não tivesse a dimensão do trabalho; e Sonia Castellar (2019) que considera que o raciocínio geográfico é processo cognitivo de analise de um fenômeno socioespacial a partir das relações sócias de reprodução do espaço geográfico. Ademais, a pesquisa ainda busca uma interlocução com debates atuais que tangenciam teóricos da comunicação e sociologia para atender à proposta de construir estratégias de compreensão dos mecanismos da desinformação na sociedade atual e, desta forma, dificultar e/ou desconstruir fake news que impossibilitam o desenvolvimento do raciocínio geográfico. Além da revisão bibliográfica que se centra nas teorias supracitadas da Geografia, a pesquisa busca atualizar os debates sobre a pós verdade em que modelos de negócios baseados em algoritmos direcionam o comportamento dos indivíduos, facilitando ao acesso a um sem-número de informações direcionadas ao consumo direto e indireto, impulsionando a desinformação/fake news. Para tanto, a pesquisa aplica uma oficina de combate às fake news nas escolas, tendo como público-alvo alunos da educação básica da cidade de Araruama, RJ, com dados quantitativos sobre o tema, visando compreender seus impactos construção do raciocínio geográfico e maneiras de combate-las.