Artigo Anais do XV ENANPEGE

ANAIS de Evento

ISSN: 2175-8875

GLOBALIZAÇÃO, NEOLIBERALISMO E EXPANSÃO EVANGÉLICA: UMA ANÁLISE DA IGREJA UNIVERSAL DO REINO DE DEUS.

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Dessa forma, o presente trabalho tem como obetivo principal compreender a relação do neoliberalismo com o pentecostalismo de terceira onda no Brasil, analisando seu movimento através das ferramentas midiáticas ajustáveis aos interesses de uma sociedade capitalista em processo de globalização. Segundo Harvey (1998), no início dos anos 1970 o capitalismo encontrava-se em uma crise profunda de superprodução e de desestruturação da lógica produtiva fordista e taylorista. No entanto, essa crise que, entre inúmeras consequências, fez com que ressurgisse o pensamento neoliberal, que: [...] é em primeiro lugar uma teoria das práticas político-econômicas que propõe que o bem-estar humano pode ser melhor promovido liberando-se as liberdades e capacidades empreendedoras individuais no âmbito de uma estrutura istitucional caracterizada por sólidos direitos a propriedade privada, livres mercados e livre comércio. (HARVEY, 2005, p.3) O autor complementa que essa nova doutrina tornou-se hegemônica como modalidade de discurso, onde o processo de neoliberalização abalou as formas tradicionais de soberania do Estado, das relações sociais, da divisão do trabalho, das combinações de tecnologias e dos modos de vida e do pensamento. O neoliberalismo também pode ser definido como “ o conjunto de discursos, práticas e dispositivos que determinam um novo modo de governo dos homens segundo o princípio universal da concorrência” (DARDOT; LAVAL, 2016, p.17). Ou seja, o cidadão vai perdendo sua responsabilidade coletiva para dar lugar ao indivíduo empreendedor, indo contra a lógica democrática da cidadania, e reforçando os métodos sociais de exclusão. O pentecostalismo brasileiro encontra um ambiente favorável para seu desenvolvimento, de um profundo desemprego pela reestruturação produtiva neoliberal, na qual surgia o crescimento de uma igreja que tinha seu discurso voltado para a solução de problemas cotidianos, sobretudo material, a Universal do Reino de Deus. Onde as religiões, nesta conjuntura, está articulada com a economia capitalista global, consequentemente, articuladas com a globalização, entendida por Haesbaert (2001) como um processo de remodelamento de valores no qual a competitividade e a lucratividade são as palavras de ordem. Santos (2001), contribui entendendo que essa globalização é o estágio mais avançado do processo de internacionalização do mundo capitalista. Na qual “em seu caráter perverso atual, encontram-se a forma como a informação é oferecida à humanidade e a emergência do dinheiro em estado puro como motor da vida econômica e social” (SANTOS, 2001, p.38). Logo “o consumo [...] aparece como o grande fundamentalismo do nosso tempo, porque alcança e envolve toda gente” (SANTOS, 2001, p.49). O movimento pentecostal de terceira onda diferencia-se devido ao uso de meios de comunicação do proselitismo e na manutenção de suas doutrinas religiosas, além disso, segue a lógica do neoliberal, provê suas relações pautadas no acúmulo de riquezas, no consumo e em bem materiais. A partir dessa perpectiva, a pesquisa propõe compreender a expansão do pentecostalismo em sua terceira onda no Brasil a partir da apropriação pelas igrejas dos sistemas técnicos informacionais e comunicacionais. Assim, faremos uma análise hemerográfica das manchetes da Folha Universal no período de 2012 a 2022. Por hipótese, consideramos que os meios midiáticos utilizados pela Igreja Universal do Reino de Deus tornam-se estratégicos para a expansão de um sistema de valores vinculados ao neoliberalismo e uma lógica de expansão do capital global. METODOLOGIA O trabalho tem como conceitos fundamentais o neoliberalismo, psicoesfera, tecnoesfera e a globalização. Levando em conta que a doutrina iurdiana se expressa como uma racionalidade empresarial, os conceitos serão interpretados a partir da tecnoesfera e psicoesfera pensadas e propostas por Santos (2005). Neste contexto, cabe debater sobre o espaço geográfico como o conjunto de sistema de objetos e ações, que através dos agentes hegemônicos se fixam, onde tem como alicerce a tecnologia e a mídia como direcionadores do que fazer, agir, pensar; impondo uma racionalidade a ser seguida através de um discurso meritocrático associado a Teologia da Prosperidade. Os procedimentos metodológicos operacionais da pesquisa compreendem: 1.\tLevantamento bibliográfico tendo como principais palavras e conceitos chaves: pentecostalismo, neoliberalismo, Teologia da Prosperidade, psicoesfera, tecnoesfera e globalização, nas bases Scielo (Scientific Electronic Library Online), Google Acadêmico, revistas especializadas e plataforma CAFe-Capes; 2.\tColeta de dados de informações nas manchetes da jornal Folha Universal, com buscas ordenadas por relevância pautadas no neoliberalismo: empreendedorismo, concorrência, privatização e liberdade individual; 3.\tSistematização das informações recolhidas; 4.\tDiscussão das informações levantados em fontes secundárias de acordo com a literatura referente; 5.\tAnálise dos resultados. RESULTADOS E DISCUSSÃO A perspectiva religiosa atua em concordância com o estágio de desenvolvimento do capitalismo (Weber, 1987), o qual provê as relações de poder em uma sociedade de classes, ideia fundamental para compreender os contextos espaço-temporais e a forma de organização política do espaço público. O aporte que Max Weber traz para a ciência geográfica, permite a análise do pentencostalismo de terceira onda a partir da Teologia da Prosperidade onde tem Deus como detentor das riquezas do mundo e onde as benções se concretizam através do acumulo de riquezas e bens materiais. Desta forma, considera-se que a Igreja Universal do Reino de Deus com sua doutrina, movimenta um vasto e competitivo mercado religioso com expansão em todo o território brasileiro e com enorme presença global . Destarte, a doutrina iurdiana é acompanhada por aquilo que Santos (2006) chama de tecnoesfera, ou seja, um amplo reino da técnica, onde esse novo ambiente produz um ambiente psíquico e comportamental, um conjunto de novos pensamentos, comportamentos, ideias e crenças. Logo, temos uma nova psicoesfera, essa caracterizada como lugar de produção de um sentido , fornecendo regras à racionalidade. “[...] Ambas, psicosfera e tecnoesfera, são locais, mas constituem o produto de uma sociedade bem mais ampla que o lugar [...]” (SANTOS, 2006, p. 204). Assim, novas formas de expressões culturais e valores vão se intensificando e ultrapassam fronteiras nacionais, possibilitados justamente pela psicoesfera, tecnoesfera e a globalização. A Igreja Universal do Reino de Deus em específico, investe muito em técnicas de comunicação, como as redes de rádio, os jornais, as revistas, internet, literatura entre outras redes de marketing. A Folha Universal, recorte analítico deste estudo, é um periódico semanal sendo considerado o maior jornal brasileiro devido ao número de exemplares e distribuição, e é utilizado como um dos meios de comunicação do movimento pentecostal. O surgimento da Igreja Universal do Reino de Deus, segundo Mariano (2014), particulariza de caracterizações que revelam muito sobre o pentecostalismo, sendo duas delas consideradas essenciais para esta pesquisa: pregação embasada na Teologia da Prosperidade e igrejas organizadas em forma empresarial. Desta forma, segundo Mariano (2014), rompe-se com a ideia de busca da salvação através do ascetismo de rejeição do mundo e invertem a postura pentecostal à busca de riqueza e satisfação pelo dinheiro, pelo status social e aos prazeres deste “mundo”. Nesse sentido, considera-se as informações geradas pelas mídias das igrejas evangélicas um recurso relevante para a difusão da doutrina da igreja, que comunga com os princípios do neoliberalismo, sendo a globalização parte do processo. Neste contexto, a pesquisa busca compreender de que forma os pentecostais de terceira onda se organizam e quais diálogos foram disseminados por eles afim de defenderem a doutrina da igreja. Trata-se de constatar e dimensionar o poder que a IURD têm em atuar na formação da psicoesfera hegemônica. CONSIDERAÇÕES FINAIS Em seus resultados preliminares, destaca-se que há uma inserção dos meios midiáticos que remodelam a relação cristã iurdiana, na qual a Teologia da Prosperidade leva o fiel a crer que a falta de Deus causa patologias financeiras, emocionais e espirituais. Dessa forma, a Universal, usa suas estratégias neoliberais para vender a cura dos problemas “mundanos”. Rompe-se então a segmentação que existia entre igreja e empresa, e se constitui um novo diálogo associado ao neoliberalismo e a cultura da globalização, legitimando os principios do consumo, modificando a ética cristã evangélica em um produto da mercantilização. A Folha Universal entra nesse contexto como um importante aparato publicitário que divulga a ideologia da igreja sustentada pela lógica do mercado. Palavras-chave: IURD; neoliberalismo; globalização; Teologia da Prosperidade. REFERÊNCIAS DARDOT, Pierre; LAVAL, Christian. A nova razão do mundo: ensaio sobre a sociedade neoliberal. Tradução: Mariana Echalar. São Paulo: Boitempo, 2016. HAESBAERT, Rogério. (Org.). Globalização e fragmentação no mundo contemporâneo. Niterói: EDUFF, 2001. HARVEY, David. Condição Pós-Moderna. 6. ed. São Paulo: Edições Loyola, 1998. HARVEY, David. O neoliberalismo. História e implicações. São Paulo: Loyola, 2005. MARIANO, Ricardo. Expansão pentecostal no Brasil: o caso da Igreja Universal. In: Instituto de Estudos avançados da Universidade de São Paulo 18 (52), 2004. MARIANO, Ricardo. Neopentecostais: sociologia do novo pentecostalismo no Brasil. São Paulo, Loyola, 2014. ROSENDAHL, Zeny (Orgs.) Introdução a geografia cultural. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003. SANTOS, M.; SILVEIRA, M. L. O Brasil: território e sociedade no início do século XXI. 7 ed. Rio de Janeiro: Record, 2005. SANTOS, Milton. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: Edusp, 2006. SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. 10. ed. Rio de Janeiro: Record, 2001. WEBER, Max. A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo. 5 ed. São Paulo: Pioneira, 1987. XXI. 7 ed. Rio de Janeiro: Record, 2005."
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Publicado em 12 de dezembro de 2023

Resumo

INTRODUÇÃO O movimento pentecostal de terceira onda, estabelecido no Brasil no final da década de 1970, tem mostrado cada vez mais a capacidade de conquistar os fiéis em diferentes regiões do país e no mundo. Mais especificamente, a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) foi fundada em 1977 na zona norte da cidade do Rio de Janeiro. Nenhuma outra igreja evangélica cresceu tanto em tão pouco tempo no Brasil, sendo um dos seus principais fundadores do império religioso, Edir Bezerra Macedo, que adotou a evangelização eletrônica como principal estratégia proselitista (MARIANO, 2004). A IURD é o caso mais representativo da terceira onda pentecostal, caracterizada pelas estratégias de mercado, tendo a Teologia da Prosperidade, a principal sustentação. Dessa forma, o presente trabalho tem como obetivo principal compreender a relação do neoliberalismo com o pentecostalismo de terceira onda no Brasil, analisando seu movimento através das ferramentas midiáticas ajustáveis aos interesses de uma sociedade capitalista em processo de globalização. Segundo Harvey (1998), no início dos anos 1970 o capitalismo encontrava-se em uma crise profunda de superprodução e de desestruturação da lógica produtiva fordista e taylorista. No entanto, essa crise que, entre inúmeras consequências, fez com que ressurgisse o pensamento neoliberal, que: [...] é em primeiro lugar uma teoria das práticas político-econômicas que propõe que o bem-estar humano pode ser melhor promovido liberando-se as liberdades e capacidades empreendedoras individuais no âmbito de uma estrutura istitucional caracterizada por sólidos direitos a propriedade privada, livres mercados e livre comércio. (HARVEY, 2005, p.3) O autor complementa que essa nova doutrina tornou-se hegemônica como modalidade de discurso, onde o processo de neoliberalização abalou as formas tradicionais de soberania do Estado, das relações sociais, da divisão do trabalho, das combinações de tecnologias e dos modos de vida e do pensamento. O neoliberalismo também pode ser definido como “ o conjunto de discursos, práticas e dispositivos que determinam um novo modo de governo dos homens segundo o princípio universal da concorrência” (DARDOT; LAVAL, 2016, p.17). Ou seja, o cidadão vai perdendo sua responsabilidade coletiva para dar lugar ao indivíduo empreendedor, indo contra a lógica democrática da cidadania, e reforçando os métodos sociais de exclusão. O pentecostalismo brasileiro encontra um ambiente favorável para seu desenvolvimento, de um profundo desemprego pela reestruturação produtiva neoliberal, na qual surgia o crescimento de uma igreja que tinha seu discurso voltado para a solução de problemas cotidianos, sobretudo material, a Universal do Reino de Deus. Onde as religiões, nesta conjuntura, está articulada com a economia capitalista global, consequentemente, articuladas com a globalização, entendida por Haesbaert (2001) como um processo de remodelamento de valores no qual a competitividade e a lucratividade são as palavras de ordem. Santos (2001), contribui entendendo que essa globalização é o estágio mais avançado do processo de internacionalização do mundo capitalista. Na qual “em seu caráter perverso atual, encontram-se a forma como a informação é oferecida à humanidade e a emergência do dinheiro em estado puro como motor da vida econômica e social” (SANTOS, 2001, p.38). Logo “o consumo [...] aparece como o grande fundamentalismo do nosso tempo, porque alcança e envolve toda gente” (SANTOS, 2001, p.49). O movimento pentecostal de terceira onda diferencia-se devido ao uso de meios de comunicação do proselitismo e na manutenção de suas doutrinas religiosas, além disso, segue a lógica do neoliberal, provê suas relações pautadas no acúmulo de riquezas, no consumo e em bem materiais. A partir dessa perpectiva, a pesquisa propõe compreender a expansão do pentecostalismo em sua terceira onda no Brasil a partir da apropriação pelas igrejas dos sistemas técnicos informacionais e comunicacionais. Assim, faremos uma análise hemerográfica das manchetes da Folha Universal no período de 2012 a 2022. Por hipótese, consideramos que os meios midiáticos utilizados pela Igreja Universal do Reino de Deus tornam-se estratégicos para a expansão de um sistema de valores vinculados ao neoliberalismo e uma lógica de expansão do capital global. METODOLOGIA O trabalho tem como conceitos fundamentais o neoliberalismo, psicoesfera, tecnoesfera e a globalização. Levando em conta que a doutrina iurdiana se expressa como uma racionalidade empresarial, os conceitos serão interpretados a partir da tecnoesfera e psicoesfera pensadas e propostas por Santos (2005). Neste contexto, cabe debater sobre o espaço geográfico como o conjunto de sistema de objetos e ações, que através dos agentes hegemônicos se fixam, onde tem como alicerce a tecnologia e a mídia como direcionadores do que fazer, agir, pensar; impondo uma racionalidade a ser seguida através de um discurso meritocrático associado a Teologia da Prosperidade. Os procedimentos metodológicos operacionais da pesquisa compreendem: 1. Levantamento bibliográfico tendo como principais palavras e conceitos chaves: pentecostalismo, neoliberalismo, Teologia da Prosperidade, psicoesfera, tecnoesfera e globalização, nas bases Scielo (Scientific Electronic Library Online), Google Acadêmico, revistas especializadas e plataforma CAFe-Capes; 2. Coleta de dados de informações nas manchetes da jornal Folha Universal, com buscas ordenadas por relevância pautadas no neoliberalismo: empreendedorismo, concorrência, privatização e liberdade individual; 3. Sistematização das informações recolhidas; 4. Discussão das informações levantados em fontes secundárias de acordo com a literatura referente; 5. Análise dos resultados. RESULTADOS E DISCUSSÃO A perspectiva religiosa atua em concordância com o estágio de desenvolvimento do capitalismo (Weber, 1987), o qual provê as relações de poder em uma sociedade de classes, ideia fundamental para compreender os contextos espaço-temporais e a forma de organização política do espaço público. O aporte que Max Weber traz para a ciência geográfica, permite a análise do pentencostalismo de terceira onda a partir da Teologia da Prosperidade onde tem Deus como detentor das riquezas do mundo e onde as benções se concretizam através do acumulo de riquezas e bens materiais. Desta forma, considera-se que a Igreja Universal do Reino de Deus com sua doutrina, movimenta um vasto e competitivo mercado religioso com expansão em todo o território brasileiro e com enorme presença global . Destarte, a doutrina iurdiana é acompanhada por aquilo que Santos (2006) chama de tecnoesfera, ou seja, um amplo reino da técnica, onde esse novo ambiente produz um ambiente psíquico e comportamental, um conjunto de novos pensamentos, comportamentos, ideias e crenças. Logo, temos uma nova psicoesfera, essa caracterizada como lugar de produção de um sentido , fornecendo regras à racionalidade. “[...] Ambas, psicosfera e tecnoesfera, são locais, mas constituem o produto de uma sociedade bem mais ampla que o lugar [...]” (SANTOS, 2006, p. 204). Assim, novas formas de expressões culturais e valores vão se intensificando e ultrapassam fronteiras nacionais, possibilitados justamente pela psicoesfera, tecnoesfera e a globalização. A Igreja Universal do Reino de Deus em específico, investe muito em técnicas de comunicação, como as redes de rádio, os jornais, as revistas, internet, literatura entre outras redes de marketing. A Folha Universal, recorte analítico deste estudo, é um periódico semanal sendo considerado o maior jornal brasileiro devido ao número de exemplares e distribuição, e é utilizado como um dos meios de comunicação do movimento pentecostal. O surgimento da Igreja Universal do Reino de Deus, segundo Mariano (2014), particulariza de caracterizações que revelam muito sobre o pentecostalismo, sendo duas delas consideradas essenciais para esta pesquisa: pregação embasada na Teologia da Prosperidade e igrejas organizadas em forma empresarial. Desta forma, segundo Mariano (2014), rompe-se com a ideia de busca da salvação através do ascetismo de rejeição do mundo e invertem a postura pentecostal à busca de riqueza e satisfação pelo dinheiro, pelo status social e aos prazeres deste “mundo”. Nesse sentido, considera-se as informações geradas pelas mídias das igrejas evangélicas um recurso relevante para a difusão da doutrina da igreja, que comunga com os princípios do neoliberalismo, sendo a globalização parte do processo. Neste contexto, a pesquisa busca compreender de que forma os pentecostais de terceira onda se organizam e quais diálogos foram disseminados por eles afim de defenderem a doutrina da igreja. Trata-se de constatar e dimensionar o poder que a IURD têm em atuar na formação da psicoesfera hegemônica. CONSIDERAÇÕES FINAIS Em seus resultados preliminares, destaca-se que há uma inserção dos meios midiáticos que remodelam a relação cristã iurdiana, na qual a Teologia da Prosperidade leva o fiel a crer que a falta de Deus causa patologias financeiras, emocionais e espirituais. Dessa forma, a Universal, usa suas estratégias neoliberais para vender a cura dos problemas “mundanos”. Rompe-se então a segmentação que existia entre igreja e empresa, e se constitui um novo diálogo associado ao neoliberalismo e a cultura da globalização, legitimando os principios do consumo, modificando a ética cristã evangélica em um produto da mercantilização. A Folha Universal entra nesse contexto como um importante aparato publicitário que divulga a ideologia da igreja sustentada pela lógica do mercado. Palavras-chave: IURD; neoliberalismo; globalização; Teologia da Prosperidade. REFERÊNCIAS DARDOT, Pierre; LAVAL, Christian. A nova razão do mundo: ensaio sobre a sociedade neoliberal. Tradução: Mariana Echalar. São Paulo: Boitempo, 2016. HAESBAERT, Rogério. (Org.). Globalização e fragmentação no mundo contemporâneo. Niterói: EDUFF, 2001. HARVEY, David. Condição Pós-Moderna. 6. ed. São Paulo: Edições Loyola, 1998. HARVEY, David. O neoliberalismo. História e implicações. São Paulo: Loyola, 2005. MARIANO, Ricardo. Expansão pentecostal no Brasil: o caso da Igreja Universal. In: Instituto de Estudos avançados da Universidade de São Paulo 18 (52), 2004. MARIANO, Ricardo. Neopentecostais: sociologia do novo pentecostalismo no Brasil. São Paulo, Loyola, 2014. ROSENDAHL, Zeny (Orgs.) Introdução a geografia cultural. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003. SANTOS, M.; SILVEIRA, M. L. O Brasil: território e sociedade no início do século XXI. 7 ed. Rio de Janeiro: Record, 2005. SANTOS, Milton. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: Edusp, 2006. SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. 10. ed. Rio de Janeiro: Record, 2001. WEBER, Max. A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo. 5 ed. São Paulo: Pioneira, 1987. XXI. 7 ed. Rio de Janeiro: Record, 2005.

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