Contextos políticos dos últimos anos forjaram mudanças curriculares no Ensino Básico brasileiro, os quais indaga-nos os pontos de contatos e intencionalidades que aproximam ações políticas governamentais e a necessidade de uma reforma estrutural do Ensino. Como essas mudanças em andamento afetam o direito a uma educação pública de qualidade e voltada para a justiça social? E qual o lugar da Geografia escolar nas novas diretrizes educacionais? São estas questões que norteiam a discussão que propomos, visando lançar um olhar analítico e crítico sobre os impactos da implementação da BNCC e suas repercussões no ensino de Geografia. Quanto à metodologia, propõe-se uma análise das fontes documentais oficiais, principalmente, que norteiam o novo modelo para educação básica. Em relação à referência teórica, fundamentamo-nos em estudiosos que possuem na sua trajetória profissional e acadêmica uma visão ampla do campo educacional brasileiro, os processos históricos que condicionam o atual cenário de movimentos que conduzem a reformas curriculares sob a ótica neoliberal. No âmbito da Geografia escolar, os “novos velhos” rumos da educação básica no Brasil apontam para um lugar fragilizado e esfacelado desta área do saber no conjunto do Novo Ensino Médio. Tem-se um movimento em marcha que visa reduzir, até mesmo eliminar o pensamento crítico dos currículos básicos, além de encaminhar a revogação das conquistas sociais nas últimas décadas, onde “a escola deixará de ser o lugar de formação de verdadeiros cidadãos e tornar-se-á um celeiro de deficientes cívicos”. Este é um desafio dos nossos tempos.