A ligação entre a política e os eventos esportivos é um significativo e contínuo fenômeno que exerce efeitos políticos relevantes não só para a política externa mas também na política interna dos Estados que participam, em particular nos países que sediam esses eventos. Com isso em mente, este artigo tem como objetivo explorar o potencial político dos esportes no mundo atual, em especial o papel dos Jogos Olímpicos no panorama internacional em um contexto de geopolítica pós-Guerra Fria. O artigo analisa um ritual icônico desse megavento, o revezamento da tocha olímpica, buscando apresentá-lo como uma ferramenta legítima em reinvidicações territoriais por meio do que denominamos como costura territorial. Para isso, três edições das Olimpíadas foram centrais para a pesquisa, já que foram identificados conflitos de caráter político-territorial refletidos na realização desse ritual: Barcelona, 1992; Pequim em 2008; e Londres em 2012.