O presente artigo é parte de pesquisa em andamento no âmbito do Programa de Pós-Graduação, Mestrado em Geografia, pela Universidade Estadual de Goiás, Campus Cora Coralina, propõe analisar a espacialização da violência contra mulheres no município de Goiás/GO, durante o período de 2018 a 2022. Por uma ótica interdisciplinar propõe uma reflexão sobre a possibilidade do corpo feminino, neste trabalho o “corpo-mulheres”, em sua pluralidade, ser categoria de análise para compreender a produção do espaço e sua relação com a violência contra mulheres, analisando os espaços que são permitidos e negados a esse corpo-mulheres. Partindo da revisão e da pesquisa bibliográfica perpassando por uma revisão teórico-metodológica sobre o tema, por uma abordagem que parte de discussões pós-estruturalistas e, consequentemente, pelo feminismo decolonial, uma opção epistemológica e ontológica., pretende compreender o espaço geográfico relacionado à escala do corpo das mulheres, o “corpo-mulheres”. A restrição ao espaço social ou político, configurando em mais uma engrenagem de manutenção da colonialidade do poder, uma vez que o sistema heteronormativo patriarcal invibiliza a luta de mulheres. A desigualdade de gênero perpetrada pelo sistema patriarcal, branco, heteronormativo e neoliberal se apresenta nas raízes das violações de direitos, opressões e violências contra as mulheres. Os dados revelam que existe uma intrínseca relação de gênero nos casos de violência contra mulheres, com uma naturalização dos papeis de vítima e agressor.