Este estudo relata uma experiência de gestão esportiva em um clube social-esportivo situado na cidade de Araras, interior de São Paulo, que buscava a implementação de novos processos de trabalho, mediante a padronização das normas para admissão de novos atletas, participação em treinamentos e competições nas modalidades de natação e tênis, representadas pelo clube. Previamente, o clube carecia de tais procedimentos, sendo incumbência dos professores das respectivas modalidades tal tarefa, o que acarretava lacunas e dificuldades no processo, bem como desmotivação por parte dos professores e um elevado índice de reclamações por parte de alunos e pais. Nesse contexto, este trabalho teve como escopo relatar o desenvolvimento de um modelo de gestão esportiva direcionado à estruturação do esporte formativo e à transição para o esporte competitivo, buscando a manutenção da prática esportiva e competitiva de crianças e adolescentes, com faixa etária entre 7 e 14 anos. A padronização das ações envolveu as seguintes atividades: a) elaboração de um planejamento pedagógico anual; b) formulação de um calendário anual com objetivos pré-estabelecidos; c) construção de planos de aula; d) implementação de sistemas de avaliação pedagógica; e) seleção e recrutamento de atletas para compor as equipes competitivas; f) participação em eventos diversos; g) estabelecimento de suporte aos atletas; h) elaboração de um planejamento estratégico para competições; i) análise acadêmica com implicações na prática competitiva; j) promoção de cursos de formação e capacitação aos professores; k) avaliações periódicas do desempenho docente; l) realização de reuniões periódicas com os pais e/ou responsáveis; m) implementação de um sistema de acompanhamento e avaliação dos resultados. Dentre os principais resultados alcançados, verificou-se um aumento de 45% no número de alunos nas escolinhas, um incremento de 35% no contingente de atletas nas equipes competitivas, um acréscimo de 27% no número de medalhas em torneios regionais e 11% em torneios estaduais. Após um período de cinco anos, o clube passou a competir em torneios nacionais, e, decorridos dez anos, obteve sua primeira atleta olímpica, com duas atletas convocadas para a seleção brasileira e cinco atletas agraciados com bolsas de estudo em instituições de ensino superior nos Estados Unidos. Nessa perspectiva, acredita-se que o processo de reestruturação do clube desempenhou um papel fundamental na consecução desses resultados, os quais posteriormente ensejaram a replicação do referido modelo para todas as modalidades competitivas do clube, produzindo resultados quantitativos e qualitativos de relevância.