A crença de autoeficácia é definida como a avaliação pessoal de ser ou não capaz de realizar uma tarefa em determinado contexto. É um mecanismo central à agência humana, determinando parcialmente como algumas funções autorregulatórias operam. No que se refere à tarefa de ensino, a autoeficácia é definida como o julgamento pessoal do professor sobre suas capacidades para ensinar com o intuito de engajar e promover a aprendizagem, mesmo dos alunos mais difíceis e em contextos desfavoráveis. A autoeficácia docente é uma variável chave à motivação do comportamento ainda pouco explorada em relação às estratégias para se preparar para o ensino na escola, especialmente à de futuros professores. Este estudo exploratório objetivou identificar a força de autoeficácia docente percebida, bem como as estratégias que bolsistas PIBID utilizaram para se prepararem para o ensino de Educação Física na escola. Participaram do estudo 9 bolsistas PIBID de um programa de iniciação à docência. Cada participante preencheu semanalmente um formulário delineado para o estudo e a escala de autoeficácia do professor – versão curta, entre 2015 e 2016. A análise dos dados considerou os apontamentos teóricos para estudos quali-quantitativos. Os dados quantitativos foram analisados por meio da estatística descritiva, enquanto aos dados qualitativos, foram aplicados procedimentos de codificação descritivo e in vivo. A percepção de força de autoeficácia dos participantes foi elevada (M = 7,61). As estratégias utilizadas pelos participantes para se preparar para ensinar foram: leituras (17 vezes), pesquisas (14 vezes), experiência prévia (13 vezes), conversas, estudos do conteúdo, organização do material didático e automodelação (9 vezes cada). Ao analisar o relato de estratégias para se preparar e percepção de autoeficácia docente, participantes com crenças mais baixa relataram maior número de vezes o uso de diferentes estratégias para se preparar para ensinar em comparação com bolsistas que se percebiam mais capazes. A investigação sobre o quanto os estagiários acreditam que podem ensinar aulas de Educação Física, associada à compreensão de como eles se preparam para essa tarefa, pode trazer informações importantes para a preparação profissional antes mesmo do ingresso na docência. Essas informações podem ser utilizadas por professores universitários para organizarem suas atividades formativas, assim como para propostas institucionais para ajudar o estudante a desenvolver estratégias eficientes de estudo e preparação para atuação profissional.