Diante da crise do capital, o estreitamento das relações entre Estado e mercado se intensifica e as políticas sociais são cada vez mais orientadas pela lógica gerencial, típica do mundo empresarial. Partindo da indagação sobre como esse processo se manifesta na educação, este trabalho objetiva apreender a parceria público-privada como uma categoria que revela importantes aspectos do movimento de submissão da educação – especialmente a educação pública – à lógica do mercado. Trata-se de uma discussão teórica, orientada por uma perspectiva teórico-metodológica crítico-dialética, que se ancora, fundamentalmente, em referenciais teóricos, em diálogo com evidências empíricas de pesquisas desenvolvidas na última década sobre parcerias público-privadas em educação. O ponto de partida da discussão é a explicitação da intrínseca relação entre crise do capital, reconfiguração do Estado moderno e sentido atribuído às políticas sociais, incluindo as de educação. Na sequência, a parceria público-privada é incialmente tomada como um conceito, até ser apresentada e discutida como uma categoria reveladora da submissão da educação ao mercado, com base em movimentos do real. Como principais conclusões, o estudo aponta a importância da compreensão e da apreensão da parceria público-privada como categoria para inquirir as políticas educacionais, assim como indica desafios para os campos da pesquisa e dos movimentos sociais diante das ameaças postas para a educação pública pelo avanço das forças de mercado no setor.