A mobilidade acadêmica de estudantes do Ensino Médio através do Programa Ganhe o Mundo, tem sido uma política pública realizada desde o ano de 2012 pelo Governo de Pernambuco, através da Secretaria de Educação. Até o momento mais de sete mil estudantes realizaram intercâmbio em mais de onze países de língua inglesa e espanhola. A nossa inquietação se inscreve não somente pelo fato de que não há estudos acadêmicos que analisem o impacto deste programa na vida dos estudantes pernambucanos, mas, se propõe em analisar o processo de estabelecimento construído na relação dos estudantes intercambistas no país estrangeiro com a configuração escolar e familiar. A partir das seguintes proposições: em que medida a experiência de intercâmbio contribuiu para o desenvolvimento de novas aspirações em um possível processo de estabelecimento pelos estudantes? Essa vivência sociocultural e emocional interferiu na configuração familiar dos estudantes? Quais foram os resultados na vida do estudante intercambista após a experiência internacional? Houve, na relação dos estudantes entre si, uma relação de poder abusiva que causasse nos estudantes algum efeito negativo em sua experiência? Os estudantes conseguiram isolar esse sofrimento e ressignificar de forma positiva? Quais estratégias identitárias foram desenvolvidas? Os resultados preliminares apontam que houve na experiência dos estudantes intercambistas indícios de mudanças emocionais, intelectuais, desenvolvimento de aspectos referentes a inteligência intercultural e apropriação de uma segunda língua. Durante a pesquisa é visível a construção de redes de sociabilidade entre os estudantes e novas configurações sociais.