Desde o seu surgimento, o cinema está ligado ao medo, pois, embora a intenção por trás da criação do cinematógrafo pelos irmãos Lumière não tenha sido provocar terror nos espectadores, terminou alcançando esse feito. Sendo assim, tendo como foco a amplitude da perspectiva de Bakhtin acerca dos gêneros discursivos, esta pesquisa se volta ao gênero filme de terror, calcada em sua constituição verbivocovisual, tomando-o como um enunciado de bastante relevância na sociedade atual e percebendo, em sua composição, a presença de elementos de base bakhtiniana, como carnavalização e cronotopo, realizamos uma pesquisa na qual investigamos a presença de elementos da cosmovisão carnavalesca no filme Colheita Maldita (lançado em 2009, do diretor Fritz Kiersch), identificamos e discutimos como os aspectos espaço-temporais estão ligados ao teor carnavalesco e à composição dos elementos que provocam estranhamento presentes nesse longa-metragem, o qual se baseia em um conto de terror de Stephen King. Para tanto, lançamos mão de uma abordagem teórica alicerçada nos estudos de: Volóchinov (2017), no que tange ao conceito de dialogismo da linguagem; Bakhtin (2010), no que se refere aos conceitos de carnavalização, de grotesco; Bakhtin (2011), em sua conceituação de gêneros discursivos; Bakhtin (2018), no que concerne ao conceito de cronotopo; King (2013), no que diz respeito ao gênero filme de terror. Logo, esta investigação se revela qualitativo-interpretativista.