A pesquisa aborda as práticas frente a maternagem de mulheres (cis ou trans) na condição de estudantes no contexto do ensino superior na região do Bico do Papagaio - TO. “Práticas” porque se quer instigar um exercício “práxico” - uma práxis partindo da ação à reflexão e reconstrução atuante (FREIRE, 1982; 1997). Exercício instigado no processo de conscientização na dimensão coletiva, educativa e participativa ao ancorar-se no “Marco de Referência da Educação Popular para a Construção de Políticas Públicas” (BRASIL, 2014), possibilitando um inventário das práticas de estudantes que maternam. Objetiva-se compreender as demandas, práticas e estratégias referentes ao acesso e permanência das mães estudantes nas Instituições de Ensino Superior públicas do norte do Tocantins. Cordeiro e Fischer (2021) destacam que a Educação Popular permanece com seus fundamentos germinais históricos, balizados na transformação social e libertação da opressão e na elaboração de espaços participativos dos grupos oprimidos socialmente, como as mulheres e, especificamente, as mães estudantes. A metodologia utilizada é a História Oral, enquanto caminho para ressoar as vozes das pessoas excluídas, posto que é instrumento constituidor identitário de grupos e transformação social diante da invisibilidade de certas pautas em meio às sociedades (FERREIRA, 2002). Como resultados, identifica-se que as IES do norte do TO possuem ações pontuais e fragmentadas de acolhimento ao público no que se refere aos espaços físicos, projetos e políticas. Como estratégias de permanência, muitas estudantes recorrem ao apoio de outras mulheres que compartilham de seus desafios, compreende-se também, que a pesquisa vem inaugurando espaços participativos e de fortalecimento de estudantes universitárias por meio da valorização de suas vozes. A produção do inventário como espelho da realidade do lócus da pesquisa vem contribuindo com a elaboração de políticas institucionais, divulgação dos direitos sociais e cumprimento das políticas públicas das mães.