O presente artigo busca promover discussões antirracistas dentro da cidade sede do GeoPark Araripe, tendo como base a realização das oficinas da boneca Abayomi no município do Crato no estado do Ceará. O nascimento da boneca veio por meio do fervor do movimento negro Nacional da década de 1980, o qual teve como uma de suas ativistas Lena Martins, e com o intuito de potencializar sua voz sobre a causa e abranger mais o público com a discursiva, criou-se a boneca negra. Assim o viés do discurso iria para além da política e entraria também no lugar de afetividade com o povo preto, pois, ao confeccionar uma boneca semelhante a si, marcou nesse ato a representatividade dos corpos pretos. No trabalho, são utilizadas as produções da Lena, assim como o aparato teórico, juntamente com as contribuições dos autores que tratem da discussão contra o racismo, ancestralidade e educação étnico racial na literatura. Ao longo do texto a temática das bonecas pretas ganha mais destaque e aprofundamento, sendo discutido desde a confecção das bonecas, até a história por traz desse elemento simbólico da cultura negra, sobretudo para a cultura preta feminina suscitando referências bibliográficas, buscando criar desdobramentos para o empoderamento das meninas e jovens participantes das oficinas. No intuito de estar sempre na construção do diálogo entre as Abayomi e a educação antirracista, e somado a seu legado ancestral, dentro do território do GeoPark Araripe, pretende-se também que, a partir dos resultados, possa ser possível ampliar para demais setores da educação formal e não formal as oficinas e atividades, buscando parcerias com escolas e atividades do terceiro setor.