O presente artigo tem como finalidade analisar a CNV (Comunicação Não-Violenta) como teoria e ferramenta para problematizar relações sociais, a partir da implantação, em mais de 90 (noventa) escolas públicas, dos Núcleos de Cultura de Paz. Estes buscam fomentar processos de ação e reflexão sobre a cultura de paz nas instituições sob jurisdição da Gerência Regional Metropolitana Sul, vinculadas à Rede Estadual de Pernambuco. A pesquisa teve como objeto de estudo os 03 (três) Intercâmbios realizados em 2022, entre várias escolas, com atividades estruturadas no modelo interativo-reflexivo que viabilizam a integração e a dialogicidade. Nestes momentos de integração, os protagonistas são os alunos e os professores e demais atores da escola atuam como coadjuvantes. A fundamentação teórica baseou-se nos preceitos da CNV (ROSENBERG, 2006; PELIZZOLI, 2009, 2010; SAYÃO, 2012), em especial nos quatro pilares deste modelo: a observação (sem avaliação/julgamentos), o sentimento (que o evento causou), a necessidade (surgida após o fato), o pedido (real, claro, mas sem pressão/exigência). O estabelecimento dos Núcleos de Cultura de Paz busca ressaltar a importância da dialogicidade, com ênfase no caráter identitário dos alunos, em especial, mas também levando em consideração a participação social, exercício da cidadania, a autonomia e a empatia. Utilizou-se questionários, via google forms, nos quais os protagonistas (alunos e alunas) trouxeram suas percepções acerca do impacto tanto dos Núcleos, em si, quanto dos Intercâmbios. Identificou-se que estes espaços organizaram-se como ambientes didático-pedagógicos comprometidos com o fortalecimento dos processos educativos como um todo, não só na escola, mas também para além dela. A expressão honesta dos sentimentos, necessidades (do emissor) e a empatia, numa escuta ativa (do receptor), são elementos importantes para uma Comunicação Não-Violenta, ferramenta indispensável para acessarmos nossa essência humana e a pacificação social.