A positividade da infância em estudos contemporâneos põe em causa paradigmas educacionais sugestivos de punição das crianças. De modo geral, ainda prevalece a ideia da criança como um ser incompleto e incapaz de compreender certas regras, o que é usado como justificativa para a sua coerção pelos adultos. Notadamente, há elementos capazes de justificar a ocorrência de violência exercida sobre elas no universo escolar. Neste estudo, o fenômeno da violência foi abordado sob perspectiva teórica da violência simbólica. O objetivo foi de identificar possibilidades de relação entre a violência institucional e a depredação escolar. A escolha metodológica foi pela pesquisa descritiva de pichações feitas pelas crianças e de sua relação com a violência presente na prática educativa. O universo da pesquisa correspondeu a uma escola pública de Ensino Fundamental de Uruçuí, cidade localizada no sul do Piauí. Como resultado, foi possível identificar a relação entre certas pichações impressas em paredes, quadros e carteiras escolares com a educação bancária promovida pela escola, bem como entre o anonimato dos seus autores com a punição à indisciplina. Este estudo deverá evoluir para a inclusão da participação das crianças na interpretação de seus comportamentos e espera contribuir para a desnaturalização da violência como ação pedagógica.