Buscando compreender os processos de resistência e potencialização do ser mulher cientista no Brasil e como estes corpos são constantemente marginalizados, este trabalho busca apresentar como a pesquisadora e cientista na área de Química, Joana D’Arc, é apresentada à cena como ícone afirmativo da minoridade nas ciências: mulher, negra, periférica e cientista. Todavia, por seus traços identitários e pelo protagonismo intensificado das mídias, um conjunto de veiculações discursivas a colocam como uma figura de “controvérsia”, e é neste emaranhado de instabilidades e (re)conexões que buscamos compreender como o ser mulher, negra e pesquisadora se produz enquanto identidade de resistência. De tal cenário deriva este trabalho, que tem por objetivo traçar as linhas de produção da imagem da Prof. Dra. Joana D’Arc Felix de Sousa, importante e controversa midiaticamente cientista brasileira. Para tal, são elencadas e analisadas notícias que retratem a história dela, visando a rearticulação destes fatores com seus títulos acadêmicos, premiações e pesquisas evidenciadas durante sua carreira. Como síntese e problematização destas narrativas realizamos as análises sob a óptica dos Estudos Culturais das Ciências e Educação. Por isso, faz-se necessário compreender alguns elementos que fortalecem ou enfraquecem a potencialidade dos discursos racistas, buscando rearticulá-los e (des)potencializá-los, como por exemplo a mídia, a política nacional, o estereótipo de estudantes e pesquisadores nas áreas de exatas, entre outros.