As práticas e os eventos de letramento são partes constitutivas dos sujeitos instituídos, socialmente, como seres expressivos, dialógicos e políticos. Ao considerarmos que o advento da pandemia causada pelo Novo Coronavírus, COVID-19 expôs a necessidade de os professores (e consequentemente os estudantes) ressignificarem as suas práticas e os seus eventos de letramento, este artigo formula a questão problema: O que dizem os professores sobre as ressignificações de letramento sofridas em uma travessia pandêmica? Com o intuito de encontrar respostas à questão problematizada, este texto objetiva analisar discursos de docentes referente as suas atividades laborais durante a pandemia da COVID-19. A geração de dados foi extraída do site educacional Agência Brasil. Em razão da natureza dos dados, esta pesquisa configura-se como um “trabalho netnográfico” (KOZINETS, 2014), numa abordagem qualitativa de natureza interpretativista considerando o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis (MINAYO, 2001; BORTONI-RICARDO, 2008). A base teórica do estudo está fundamentada nas reflexões da Linguística Aplicada (LA), uma vez que a linguagem é o fator central nas práticas sociais (SIGNORINI, 1998; MOITA LOPES, 2006). Quanto aos estudos sobre o letramento, tem-se apoio nas contribuições de Kleiman (1995); Street (2014) e Kleiman e Assis (2016) entre outros. Os resultados apontam para a compreensão de como as práticas de letramento e os eventos produzidos pelos professores necessitaram passar por ressignificações devido a um advento inesperado como foi o caso da pandemia por COVID-19, que causou impactos globais, refletindo, inclusive, na área da educação e no ensino.