O momento em que a criança ingressa na vida escolar é decisivo para seu desenvolvimento posterior. Se a angústia que esse momento desencadeia, além dos conflitos inerentes ao seu processo de subjetivação, não puder ser internalizada ou elaborada, a criança terá dificuldades não só no seu aprendizado, mas em todo o seu desenvolvimento psíquico posterior. É através da fantasia — o narrar e ser narrado — que a criança constrói uma linguagem pré-verbal, fazendo uma ponte entre seus mundos interno e externo. A figura do professor, com seus conhecimentos e sua habilidade de narrar, ou seja, desde a escolha do texto até a adequação deste último ao leitor é decisiva para a elaboração dessa ponte.