O ensino prático de Parasitologia abrange aspectos biológicos de parasitos e vetores, com enfoque na morfologia; apresentação e execução de métodos de pesquisa e diagnóstico; preparação de lâminas, entre outros. Nesse cenário, para assegurar que os conceitos e práticas dessa área do saber sejam devidamente ensinados e aprendidos, faz-se necessário o desenvolvimento e aplicação de estratégias que permitam que esse conteúdo faça sentido para os estudantes e que estes sejam incentivados a cumprirem as etapas da jornada de aprendizagem, de forma bem qualificada. O objetivo deste trabalho é apresentar parte de uma estratégia de ensino mediada por Roteiros para Estudo Prático em Parasitologia (REPP), os quais são elaborados por grupos de parasitos. O presente estudo analisará a estrutura e as respostas de 10 grupos de alunos ao REPP sobre os platelmintos e seus transmissores. Esse REPP era constituído por 32 itens que abrangiam três dimensões do conhecimento (factual - 50%; conceitual - 37,5%; e procedimental - 12,5%) e quatro cognitivas (lembrar - 46,9%; compreender - 28,1%; analisar - 18,8%; e aplicar - 6,2%), conforme a Taxonomia de Bloom revisada. Um item que envolvia, simultaneamente, as dimensões conceitual e analisar foi o mais desafiante para os alunos, com oito respostas parcialmente corretas e duas incorretas. Esse item requeria associação entre a sensibilidade do método Kato-Katz e as fases da infecção por S. mansoni. Este e outros métodos no contexto da Parasitologia fazem parte de um saber canônico; por conseguinte, corre-se o risco de serem abordados como um passo a passo, a ser seguido por mera repetição. Considerando isso, a estratégia de ensino, em tela, propõe uma abordagem reflexiva sobre os métodos parasitológicos, ao mesmo tempo que busca ampliar a aprofundar as dimensões cognitiva e do conhecimento sobre esse e outros aspectos inerentes às aulas práticas de Parasitologia.