A sociedade brasileira está marcada por avanços e retrocessos devido a conjunturas políticas que apresentam conceitos e visões muito divergentes que provocam reflexos em diversos âmbitos da sociedade, atingindo inclusive a educação. Como exemplo temos a Lei da Reforma do Ensino Médio (13.415/2017), aprovada no contexto de valorização dos interesses de mercado e de fortalecimento de tendências autoritárias, consiste num ato do governo Temer que evidencia seu conceito sobre educação. Tendo em vista a continuidade dos problemas estruturais do setor, a reforma pode provocar o aumento das desigualdades sociais já existentes, devido ao fato dos alunos estarem, principalmente, sendo desprovidos do ensino-aprendizagem da disciplina Sociologia. A implementação de itinerários formativos no ensino médio provocará uma diminuição da diversidade de conhecimentos presentes nessa etapa escolar, reduzindo o acesso de alunos da rede pública a conteúdos fundamentais para sua formação integral e para o desenvolvimento da percepção crítica acerca das relações sociais. Levando-se em conta o atual cenário, este artigo pretende não só mostrar que o discurso do governo em relação à Reforma é bastante contraditório e analisar os impactos gerados pela mesma, tendo como enfoque as principais consequências da exclusão da disciplina Sociologia que, desde sua obrigatoriedade em 2008, vem contribuindo para a construção de uma escola crítica, reflexiva, transformadora e democrática.