Este trabalho, parte de um projeto de pesquisa que investiga a (re)construção das identidades do profissional de letras a partir dos conhecimentos constituídos na universidade e sua interlocução com as práticas docentes nas realidades de sala de aula, tem por objetivos compreender de que maneiras as práticas docentes – sejam elas regidas ou observadas – de alunos de estágio e recém egressos operam na percepção que (re)constroem sobre si mesmos e os outros enquanto profissionais do curso de letras. Para tanto, situa-se na linguística aplicada indisciplinar (MOITA LOPES, 2006) em sua interface com a teoria do posicionamento (ANDREOULI, 2010; KAYI-ADAR, 2019), e toma por base uma metodologia qualitativa e documental (BOGDAN; BIKLEN, 1994; DENZIN, 2007) de base interpretativista (MOITA LOPES, 1994) para analisar narrativas (WORTHAM, 2001) provenientes dos relatórios de discentes de Estágio supervisionado, bem como dos depoimentos de recém-egressos do curso de letras. Os resultados preliminares apontam que os posicionamentos assumidos são cambiantes e giram em torno das situações consideradas de fracasso ou de sucesso em suas aulas. Ao mesmo tempo, também indicam que os discentes se ancoram nos conhecimentos teóricos provenientes de sua formação e estes são decisivos nas tomadas de decisão e reposicionamento de suas identidades profissionais.